11 de Dezembro de 2017 às 09:53

Assembleia da Fetec-CUT/CN discutiu renovação da ação sindical para defender os trabalhadores de novos ataques

Ação Sindical

O movimento sindical precisa repensar sua organização e forma de atuação para fazer frente aos desafios apresentados pela reforma trabalhista e pelo avanço veloz das inovações tecnológicas e dos novos modelos de gestão impostos pelo capital para maximizar os lucros e precarizar as relações de trabalho. E isso só será possível com ousadia e inteligência para compreender essa nova realidade, além de unidade para ampliar a representação e mobilizar os trabalhadores para defender a democracia e os seus interesses e direitos bombardeados pelo patronato – tarefa para a qual será necessária a otimização dos recursos de comunicação dos sindicatos e da Federação.

Essa foi, em síntese, a conclusão dos debates realizados pelos delegados dos 12 sindicatos filiados na Assembleia Geral Ordinária da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), realizada em Cuiabá nesta quinta e sexta-feira, 7 e 8 de dezembro. Além de discutir a conjuntura e os desafios dos bancários e dos trabalhadores, a Assembleia também elegeu os representantes da Federação nas comissões de empresa de bancos (COEs) e nas comissões temáticas de negociação com a Fenaban, lançou a Campanha Nacional de Combate à Discriminação e aprovou o orçamento da entidade para o próximo ano.

“Foi uma discussão muito rica e importante para prepararmos nossa ação sindical diante dessa nova e terrível conjuntura política e econômica que o país atravessa, em que o grande capital nacional e internacional, depois de dar o golpe de 2016 e impor um governo ilegítimo, está destruindo direitos históricos dos trabalhadores e os programas sociais e aprovando leis para se apropriar das riquezas e da soberania nacional”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.

Representando o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região estavam os diretores, José dos Santos Brito e Carlos Adriano Rolon, e o bancário do Santander, Valdemir Cardoso.

“O movimento sindical tem de se reinventar para enfrentar a nova realidade que está colocada para os trabalhadores. A classe precisará, mais do que nunca, de união com os sindicatos para não deixar que as conquistas que levaram décadas se percam pelo caminho. Esta união deve prevalecer também no campo da política para que possamos eleger pessoas comprometidas com a classe trabalhadora, para que possamos reverter os danos causados por políticos, que têm compromissos com o grande capital que investiram em suas campanhas para que fossem eleitos e defendessem os seus interesses. O interesse do governo é o enfraquecimento das entidades de lutas para que ele possa impor derrotas aos trabalhadores”, ressaltou o secretário de Imprensa do SEEB-CG, José dos Santos Brito.

Maximizar a comunicação

A assembleia foi aberta na quinta-feira, dia 7, com uma mesa de debate sobre “A importância da comunicação para enfrentar o neoliberalismo e a nova legislação sindical e criar a identidade regional da Fetec-CUT/CN”.

A discussão partiu do entendimento de que, com as reformas neoliberais do governo golpista, que visam enfraquecer os sindicatos de luta, asfixiando-os financeiramente, o movimento sindical precisa buscar alternativas para romper com essas barreiras impostas.

O objetivo do debate, que continuará na Federação e em suas bases, é encontrar formas de maximizar a capacidade de comunicação entre a Fetec-CUT/CN e seus filiados, entre seus diretores e entre os dirigentes com a categoria, aproveitando o uso das novas tecnologias existentes.

Na sequência da mesa sobre comunicação, a assembleia elegeu os representantes da Fetec-CUT/CN nas comissões de empresa dos bancos e nas coletivos temáticos da Contraf-CUT que discutem com a Fenaban questões de saúde do trabalhador, segurança bancária, igualdade de oportunidades, acompanhamento sobre os conflitos nos locais de trabalho.

Grave conjuntura

A mesa de abertura da assembleia na sexta-feira, dia 8, discutiu a conjuntura política e econômica nacional e internacional, contando com a participação de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, e do presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Clemente traçou um quadro sombrio sobre o futuro dos trabalhadores, da democracia no Brasil e do país como nação soberana caso o movimento sindical e a sociedade brasileira não consigam deter as políticas do grande capital nacional e internacional que estão sendo implementadas pelo governo Temer.

“Está em curso um programa para reduzir o Estado brasileiro à metade e entregar ao capital financeiro internacional nossas riquezas, nossos ativos produtivos e as maiores bases produtivas de agricultura e de água potável do mundo. Por isso Congresso votará os próximos dias a venda de terras para estrangeiros. Estamos entregando o país sem que sejamos capazes de fazer nada”, alerta Ganz Lúcio.

“O capital internacional quer comprar o Brasil e governo Temer está entregando”, acrescenta.

Mas como acredita que “o futuro não existe e será determinado pelo que construirmos”, o diretor técnico do Dieese entende que a única possibilidade de evitar esse futuro sombrio é a luta dos trabalhadores, “o que exige muita unidade, o que nunca conseguimos construir”.

O presidente da Contraf-CUT fez um balanço das vitoriosas campanhas nacionais dos bancários na última década e meia, realçou as recentes vitórias dos bancários e dos trabalhadores de barrar a transformação da Caixa Econômica Federal em sociedade anônima e a votação da reforma da previdência. Roberto von der Osten lembrou os problemas financeiros que as entidades sindicais estão enfrentando com a reforma trabalhista, apontou uma série de temas que preocupam a categoria bancária e devem ser negociados com os bancos, com destaque para o Termo de Compromisso entregue em outubro pelo Comando Nacional à Fenaban, visando garantir as conquistas da Convenção Coletiva da categoria.

“Esse é o momento em que o trabalhador mais vai precisar de organização e de mobilização”, conclui o presidente da Contraf-CUT.

Por: Fetec-CUT/CN

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