22 de Maio de 2018 às 08:47

Bancos cortaram 2,3 mil empregos entre janeiro e abril de 2018

Desemprego

Apesar de manter a trajetória de lucros cada vez maiores, os bancos seguem mandando trabalhadores para a rua. Nos primeiros quatro meses de 2018, foram eliminados 2.347 postos de trabalho. Apenas em abril foram extintas 121 vagas. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho. 

Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato de São Paulo, afirma que a sobrecarga de trabalho e os lucros cada vez maiores reforçam não haver razão para cortes de postos de trabalho nos bancos. 

“Pelo contrário. Apenas comprovam que essas instituições financeiras contribuem muito pouco com a sociedade brasileira que, por meio do pagamento de juros e tarifas abusivas, é a responsável direta pelos altíssimos lucros obtidos por essas empresas, que em troca oferecem apenas demissões e atendimento insatisfatório devido a falta de funcionários”, critica a dirigente. 

De acordo com dados dos balanços das instituições financeiras, os cinco maiores bancos que atuam no país (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander) eliminaram 16,9 mil postos de trabalho somente em 2017. Levando em conta todo o setor bancário, segundo o Caged, o número de vagas extintas no ano passado chegou a 17,5 mil. 

Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander – os quatro maiores bancos múltiplos com carteira comercial que atuam no país –, lucraram R$ 17,4 bilhões apenas nos três primeiros meses de 2018. 

No período, o Banco do Brasil atingiu lucro líquido ajustado de R$ 3 bilhões, crescimento de 20,3% em relação ao primeiro trimestre de 2017. O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,1 bilhões, alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O Itaú obteve lucro líquido recorrente de R$ 6,4 bilhões, crescimento de 3,9% em relação a igual período do ano passado. O Santander alcançou lucro de R$ 2,9 bilhões, alta de 25,4% em relação ao mesmo período do ano passado. 

A Caixa ainda não divulgou seu lucro trimestral, e junto com os outros quatro bancos citados acima, responde por aproximadamente 90% dos empregos do setor bancário. 

Salários mais baixos

Os bancos não lucram apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada por esses conglemerados para aumentarr os ganhos. 

De janeiro a abril, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.007, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.607. Ou seja, os admitidos entram ganhando 61% do que os que saem. 

Discriminação de gênero

A discriminação de gênero é outra realidade nos bancos. Em abril, as bancárias mulheres foram contratadas com média salarial de R$ 3.245, o que equivale a 72% do salário médio dos bancários homens, que no mesmo mês foram admitidos com média salarial de R$ 4.488. As bancárias demitidas recebiam, em média, R$ 5.549, equivalente a 73% do salário médio dos homens desligados que ganhavam R$ 7.579. 

“Os bancos se preocupam em passar a imagem de modernidade nas suas campanhas publicitárias, mas a diferença salarial entre seus funcionários homens e mulheres comprovam que a mentalidade dessas empresas ainda está presa no século 20”, reforça Neiva.

Fonte: SEEB/São Paulo

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