15 de Fevereiro de 2017 às 09:12

Rotina de mais trabalho e menos empregados ameaça papel 100% público da Caixa

Caixa

Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação

As ameaças ao Brasil e aos brasileiros não param! A mais nova foi confirmada nesta terça-feira (14), quando o Palácio do Planalto e a Caixa Econômica Federal anunciaram o calendário de saques das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cujos recursos provêm da contribuição de milhões de trabalhadores e impulsionam setores essenciais da economia nacional. De acordo com o cronograma, a partir de março, aproximadamente 10 milhões de cidadãos brasileiros vão poder sacar um montante de R$ 30 bilhões do FGTS.

Para os representantes dos empregados da Caixa, a medida é um golpe à categoria e um ataque frontal ao banco 100% público, a serviço do país e de sua gente, representando uma ameaça à finalidade social do Fundo de Garantia, além de trazer prejuízo para o financiamento da casa própria e investimentos em políticas públicas. Foi adotada, inclusive, sem diálogo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e tampouco com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

Para atender ao aumento de demanda decorrente do saque de contas inativas, a Caixa prepara uma grande operação que inclui até mesmo a possibilidade de abertura de algumas agências aos finais de semana. “É uma agressão a direção do banco lançar o Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) antes do início dos saques do FGTS. Sempre reivindicamos mais contratação de empregados com o propósito de diminuir a sobrecarga de trabalho e fortalecer o banco público. Ao invés disso, ela faz exatamente o contrário. Diminui o número de bancários justamente quando se aproxima um aumento significativo da rotina de trabalho”, critica Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae.

Ele lembra a realização do seminário “A contribuição do FGTS para as políticas públicas”, organizado pela Fenae em dezembro do ano passado, ocasião em que foi denunciada a tentativa de tirar da sociedade brasileira o instrumento de aplicação de políticas públicas que o Fundo de Garantia representa. Naquele momento, havia a intenção de retirada da exclusividade de gestão da Caixa, reduzindo assim seu importante papel social para o país. Durante o seminário, uma cartilha foi divulgada pela Fenae, Apcefs, Contraf e sindicatos de bancários para envolver a sociedade na mobilização em defesa do propósito de que o FGTS continue centralizado no único banco 100% público da América Latina.

A questão do trabalho aos sábados também é contestada pela representação dos empregados. Antecipando-se à concretização da medida, e sem que houvesse retorno por parte do banco, diversas entidades sindicais cobraram esclarecimentos detalhados sobre como ocorrerá a escala de trabalho aos finais de semana. Na proporção em que isto acontecer, uma coisa é certa: o empregado deve ser remunerado com o pagamento das horas extras. “Isso é um paliativo absurdo. O calendário de saques das contas inativas do FGTS reforça ainda mais o processo de enxugar a empresa, preparando-a gradativamente para a privatização. A população também sai perdendo, tendo em vista que a redução dos postos de trabalho, como prevista no PDVE, compromete a qualidade no atendimento”, denuncia o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

Segundo o dirigente, como a data prevista para os desligamentos do plano de demissão é anterior a que dará início aos saques das contas inativas, a possibilidade é de haver muita confusão e tumulto nas agências que estão sendo enxugadas. “Provavelmente essa situação jogará a população e os trabalhadores contra o banco 100% público. Tudo porque as condições de trabalho, que se encontram inadequadas, estão sendo precarizadas a um nível que vai inviabilizar qualquer atendimento de qualidade”, completou.

Fonte: Fenae

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros