31 de Julho de 2019 às 11:54

Itaú demite aposentados por invalidez que perderam o benefício

Itaú

Imagine ficar doente por causa das condições de trabalho e ter de se aposentar pelo INSS porque não consegue mais desempenhar suas funções. Anos depois, o governo simplesmente extingue sua aposentadoria e você tem de voltar para a empresa – a mais lucrativa do Brasil –, que não oferece qualquer condição de retorno ao trabalho e que, passado um tempo, acaba por te demitir, te deixando sem o salário e sem a aposentadoria.

Essa situação desesperadora está acontecendo com dezenas de bancários do Itaú, banco que nesta terça-feira (30) anunciou lucro astronômico de R$ 13,9 bilhões no primeiro semestre, crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado. São  trabalhadores que perderam a saúde por conta do trabalho e tiveram de se aposentar, algumas deles 20 anos atrás. 

Devido à politica de anulação de milhares de benefícios do INSS executada pelo governo Temer e continuada no governo Bolsonaro – que inclui pagamentos de bônus aos peritos –, eles tiveram suas aposentadorias extintas.

Ao voltarem ao banco, não passaram por nenhum programa de reabilitação e ficaram “encostados”, muitas vezes em casa, durante meses, até serem demitidos.

Em um exemplo, uma bancária perdeu a aposentadoria em abril de 2018. Teve então de retornar ao trabalho, mas o Itaú ordenou que ela ficasse em casa. A trabalhadora aguardou o banco chamá-la, o que ocorreu somente em abril de 2019. Ela trabalhou durante um mês. O banco deu férias e, no retorno, a demitiu.  

A alegação do Itaú para essa e outras demissões semelhantes é a de que os trabalhadores estavam desatualizados.

“E qual a chance que o Itaú deu para esses trabalhadores retornarem e se readaptarem?”, questiona Carlos Damarindo, secretário de Saúde do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancário do Itaú. 

“São demissões injustificáveis, porque essas pessoas adoeceram justamente por causa do trabalho. Não estavam aposentados por um privilégio, mas porque não tinham mais condições de trabalhar. Tiveram suas aposentadorias anuladas por uma política economicista praticada pelo governo Temer e pela gestão atual e no final foram demitidos pela empresa mais lucrativa do país, que foi justamente onde esses trabalhadores perderam a saúde”, afirma Carlos Damarindo. 

Fonte: Contraf-CUT

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