17 de Janeiro de 2008 às 10:40

Número de correspondentes bancários supera o de agências

O número de postos de atendimento de correspondentes bancários no Brasil já é quase o dobro do total de agências instaladas. Conforme levantamento divulgado pelo SP Bancários, o total de correspondentes chega a 90 mil, contra 50 mil agências, o que representa também a precarização do serviço – uma vez que os correspondentes (como lotéricas, agências dos Correios e até mesmos lojas de varejo) realizam praticamente todas as funções do bancário, mas sem as mesmas garantias trabalhistas, piso salarial e outros benefícios da categoria.
 
“A proliferação dos correspondentes bancários vem sendo apontada pelo movimento sindical há anos, por conta da falta de critérios para a abertura ou credenciamento de estabelecimentos com esse objetivo. Estão levando o banco para o mercado da esquina, o que pode ser bom pela praticidade, mas em termos de segurança os riscos são sem precedentes”, afirmou Luiz Alexandre Marcondes Monteiro, secretário de Imprensa e Comunicação do Sindicato, ao lembrar que, atuando como bancários, os funcionários desses estabelecimentos passarão a movimentar quantias maiores, estando assim sob risco de assaltos e outros crimes.
 
O secretário cita como exemplo o assalto a um correspondente bancário na Capital, que funciona praticamente ao lado de uma agência do Banco do Brasil, na região central. “Esses estabelecimentos já estão sob a mira de criminosos. Crimes como este tendem a se tornar comuns, prova disso é a crescente onda de assaltos a lotéricas”, emendou Monteiro.
 
O presidente José Aparecido Clementino Pereira compartilha da opinião, avaliando que a segurança dos trabalhadores passa a ser ameaçada “diante dessa fórmula encontrada pelos bancos para lucrar mais gastando menos”. O comentário é voltado para o contrato dos trabalhadores de correspondentes bancários, que difere – e muito – da Convenção Coletiva dos Bancários.
 
“O bancário trabalha seis horas por dia, enquanto o funcionário de um correspondente pode trabalhar de oito a doze horas. O bancário tem um piso salarial a ser respeitado. Já o trabalhador do correspondente pode até ganhar salário-mínimo, que não vai ser pago pelo banco, e sim pelo proprietário do estabelecimento comercial”, afirmou Clementino, atentando também para a falta de segurança.
 
Mudanças – Mobilizações sindicais pelo País já resultaram no enquadramento de funcionários de correspondentes na categoria bancária. Em São Paulo, por exemplo, trabalhadores da Votorantin, Auto Finance (HSBC) e Consumer (ABN/Real), que atuavam como bancários, tiveram seus direitos ampliados e a garantia de representatividade sindical.
 
A Câmara dos Deputados avalia projeto de lei que inclui empregados de empresas credenciadas para prestação de serviços de correspondentes bancários na categoria. O autor do projeto, o deputado federal licenciado Carlos Bezerra, sustenta que “é inegável que ele [o correspondente] está sujeito ao que se chama de fadiga mental, pois o trabalho [de bancário] exige permanente atenção”. A proposta inclui a equiparação da carga de trabalho desses profissionais para seis horas, mas ainda depende de avaliação das comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; Finanças e Tributação; e de Constituição, Justiça e Cidadania.
 
Secretaria de Imprensa e Comunicação, com SP Bancários
 

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