23 de Julho de 2007 às 21:54

Barclays se une a bancos asiáticos e oferece ? 67,5 bilhões pelo ABN

Ovidio Cordero Londres, 23 jul (EFE).- O banco britânico Barclays elevou
hoje a oferta pelo ABN Amro para ? 67,5 bilhões e incluiu uma parte em
dinheiro graças ao apoio do banco estatal China Development Bank e da
entidade pública de investimentos Temasek Holdings, de Cingapura.

Segundo um comunicado do Barclays, a oferta revisada representa um aumento
em ? 2,9 bilhões no valor da oferta anterior, embora ainda não tenha
alcançado os ? 71,1 bilhões da proposta do consórcio rival, formado pelo
espanhol Santander, o britânico Royal Bank of Scotland (RBS) e o
belga-holandês Fortis.

A oferta revisada prevê o pagamento de ? 13,15 em dinheiro e de 2,13 ações
do Barclays, contra os 3,225 títulos oferecidos antes pela entidade
britânica, em uma primeira proposta que não incluía pagamento em espécie.

Isto significa que o Barclays pretende pagar ? 35,73 por cada ação do ABN,
se levar em conta o preço das ações do banco britânico no fechamento de
cotação na sexta-feira, quando fechou a £ 7,14.

Segundo os analistas consultados pela agência Efe, uma das idéias do
Barclays com a nova proposta é impulsionar o preço das ações na Bolsa de
Valores para que se revalorize o suficiente para permitir que sua proposta
supere a do consórcio, que oferece ? 38,40 por cada título do ABN.

Se as ações do Barclays alcançarem o valor de £ 8, para o qual são
necessários mais de 10% de revalorização, sua oferta ultrapassaria os ? 71,1
bilhões ou ? 38,40 por ação do Santander e seus sócios.

As ações do banco britânico subiam 3% hoje no pregão londrino, a £ 7,35.

As duas entidades asiáticas investirão "sem condições prévias" ? 3,6 bilhões
para a fusão do Barclays com o ABN e apoiarão o banco britânico com outros ?
9,8 bilhões caso a oferta seja aprovada.

Dessa injeção total de ? 12,4 bilhões, a maioria seria financiada pelo China
Development Bank, propriedade do Estado chinês, enquanto o Temasek Holdings
fornecerá pouco mais de ? 3,5 bilhões.

Caso a oferta do Barclays vença a disputa pelo ABN, o banco chinês passaria
a ter entre 7% e 8% da entidade resultante, enquanto a entidade cingapuriana
teria entre 2,5% e 3%.

No entanto, se a oferta fracassar, as duas entidades se manteriam como
acionistas do Barclays, pois seu investimento "incondicional" de ? 3,6
bilhões seria o terceiro maior do banco britânico.

O executivo-chefe do Barclays, John Varley, disse hoje que a nova oferta
pelo ABN Amro ainda não foi recomendada pelo conselho de administração da
entidade holandesa, ao contrário do que ocorreu com o acordo que as duas
entidades firmaram em abril.

Em entrevista coletiva por telefone, Varley afirmou que o ABN precisava de
"tempo" para verificar as conseqüências do anúncio de hoje, pois a avaliação
da oferta depende em boa parte da evolução do preço da ação do Barclays.

O executivo-chefe insistiu em que é "prematuro" dizer que a oferta do
consórcio é superior, pois é preciso esperar a reação do valor ao anúncio de
hoje até setembro, quando os acionistas do ABN votarão por uma das duas
ofertas.

Segundo o comunicado do Barclays, as sinergias anunciadas na primeira oferta
eram "conservadoras", e, por isso, na proposta revisada foram praticamente
duplicadas para 2008, de ? 400 milhões para ? 725 milhões, e aumentaram
ainda mais para 2009, de ? 2,08 bilhões para ? 2,27 bilhões.

O Barclays anunciou um programa de recompra de ações de ? 3,6 bilhões.

Em Pequim, o China Development Bank confirmou hoje a assinatura de um acordo
de aquisição e de um memorando de cooperação com o Barclays Bank para
melhorar a oferta de aquisição do ABN Amro, informou a agência estatal
"Xinhua".

O ABN informou hoje que tinha recebido a oferta revisada do Barclays e
indicou que anunciará em um "futuro próximo" sua preferência por essa oferta
ou pela lançada pelo consórcio de bancos europeus.

O executivo-chefe do ABN, Rijkman Groenink, disse no sábado à imprensa
holandesa que o Barclays tinha que melhorar a oferta se desejasse contar com
opções para vencer a luta pela entidade e acrescentou que os acionistas
tinham preferência pela oferta do consórcio. EFE ocr pp/dgr

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