29 de Outubro de 2008 às 11:50
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O grupo financeiro espanhol Santander informou nesta terça-feira que obteve um lucro líquido atribuído de € 6,935 bilhões (em euros, cerca de US$ 8,652 bilhões) entre janeiro e setembro de 2008, uma alta de 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Brasil, com lucro líquido foi de € 749 milhões (cerca de US$ 939 milhões), aumento de 7,1%, foi mais uma vez o país que apresentou os melhores resultados para a entidade na América Latina.
Na região, o Santander informou que ganhou € 2,16 bilhões (aproximadamente US$ 2,7 bilhões) nos nove primeiros meses do ano, o que representa quase um terço do lucro global da entidade até o último mês de setembro. A contribuição da América Latina representa um aumento anualizado de 6%, informou a instituição.
Os resultados na América Latina, que teriam crescido cerca de 9,3% caso não fossem prejudicados pelo efeito da taxa de câmbio, não incluem as informações do banco Real, que figura como Gestão Financeira e Participações.
Depois do Brasil, os maiores lucros da empresa foram registrados no México, com € 544 milhões (7,2% a mais), e no Chile, com € 418 milhões de euros (queda de 2,6%).
O resultado do grupo no mundo, levemente inferior às previsões dos analistas, é explicado, em grande parte, à evolução das entradas, que cresceram 8%, contra 20% dos custos. Esses registros determinaram um aumento de 20,6% da margem de exploração --o que melhor reflete a evolução do negócio puramente bancário--, informou a instituição.
A taxa de inadimplência ficou no fechamento de setembro em 1,63%, contra 0,89% do ano anterior, o que se traduziu em uma maior necessidade de provisão para insolvências, que subiu 67%, aos 3,992 bilhões de euros (US$ 4,983 bilhões).
O conselheiro delegado do Santander, Alfredo Sáenz, manteve a previsão de lucro líquido de € 10 bilhões para o exercício 2008. Ao ser questionado sobre uma eventual revisão da previsão em conferência com analistas para apresentação dos resultados do terceiro trimestre, Sáenz disse que não será necessário. Em 2007, o grupo registrou lucro líquido recorde de € 9,03 bilhões.
Banco Real – O lucro líquido do Grupo Santander Brasil, que engloba os resultados dos bancos Santander e Real, cresceu 1,3% entre janeiro e setembro, para R$ 2,23 bilhões, frente aos R$ 2,20 bilhões de 2007. Só as operações do banco Real no período contribuíram com € 725 milhões (US$ 907,7 milhões). Na sexta-feira (31), o Santander planeja fazer uma apresentação para detalhar a integração dos dois bancos no Brasil.
Em julho deste ano, o Banco Central aprovou a transferência do controle do banco ABN Amro Real para o grupo Santander. A compra do banco Real já havia sido aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em dezembro do ano passado.
“A economia [do Brasil] continuou a crescer de modo vigoroso [6% no primeiro semestre], com a demanda doméstica [aumento de mais de 8%] sendo o principal motor do crescimento”, avaliou o banco. “Nesse ambiente, no entanto, a inflação subiu 6,2%, 1,7 ponto percentual mais alto que no fim de 2007. A inflação deve chegar ao fim do ano em cerca de 6%”, diz o comunicado --que informou ainda que a estratégia do banco será se concentrar no setor de varejo.
“Para melhor entendimento da evolução patrimonial e resultados, tendo em vista a incorporação do Banco Real, estamos divulgando as informações financeiras ‘pro forma’, considerando a consolidação do Banco Real nos respectivos períodos dos primeiros nove meses de 2008 e 2007”, afirmou o Santander em nota.
Efe e Folha Online
