26 de Abril de 2011 às 10:12

Greve inédita paralisa Banco do Brasil no Japão por questões trabalhistas

Greve inédita paralisa Banco do Brasil no Japão por questões trabalhistas

Funcionários do Banco do Brasil no Japão decretaram na quarta-feira, 20, greve por tempo indeterminado nas sete agências do BB em Tóquio e outras grandes cidades japonesas. A paralisação é inédita no Japão.


Segundo Hélio Kengo Watanabe, presidente do Sindicato dos Funcionários do Banco do Brasil no Japão, os bancários reivindicam a readmissão de colegas dispensados sem justa causa e pede a revisão no rebaixamento de cargo aplicado a alguns comissionados.


Segundo Watanabe, "a administração do BB Japão submete a equipe a remoções sistemáticas em diferentes cidades, e os bancários sindicalizados têm sido alvo de constante retaliação".


Os problemas com os bancários do BB no Japão começaram em dezembro do ano passado, quando a administração local do banco implantou uma política que aumentou em até 800% as metas a serem alcançadas pelos trabalhadores.


"A Contraf-CUT está solidária com os companheiros do Japão. Essa política do BB choca-se frontalmente com a realidade japonesa, que já sofria com as consequências da crise econômica mundial. A situação foi imensamente agravada com o terremoto e o tsunami de março, fortalecendo o sentimento do povo japonês de que todos têm que se unir para reconstruir o país. Os descomissionamentos e demissões ocorrem no meio dessa crise, o que demonstra a total falta de sensibilidade do BB", afirma Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.


Segundo Marcel, por solicitação da UNI-Sindicato Global a Contraf-CUT tentou uma intermediação com a administração local do BB e com a direção do banco em Brasília, "mas a insensibilidade do Banco do Brasil, tanto em Tóquio quanto aqui, vem dificultando a negociação".


Processo

O Banco do Brasil opera no Japão há 38 anos com 160 funcionários, sendo 120 sindicalizados. Os cargos de gerência-adjunta são ocupados por 10 funcionários de carreira, vindos do Brasil. O impasse entre os bancários e a gerência se arrasta desde fevereiro, quando o sindicato impetrou ação contra o BB no Ministério do Trabalho japonês. Eles contestam a demissão e transferência de funcionários.


Na quarta-feira à tarde 75 grevistas se concentraram no Hibiya Park em Tokyo e de lá rumaram em passeata até o Tribunal onde ocorreu a segunda audiência trabalhista. A paralisação prejudica operações financeiras, como as remessas e contas-poupança de cerca de 80 mil dekasseguis correntistas do Banco do Brasil. O banco também atende empresas e clientes japoneses.

Fonte: Contraf-CUT com Agência Estado

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