10 de Junho de 2008 às 21:28
Na rodada de negociação da última sexta-feira, a direção do BB rejeitou praticamente todas as reivindicações da campanha “Acorda BB - Banco para o Brasil”, apresentadas pela Comissão de Empresa: a volta do pagamento das substituições, a convocação dos aprovados no concurso de 2006, mais contratações, o fim do projeto de extinção dos caixa-executivos e o fim do assédio moral e das metas abusivas, entre outras reivindicações.
Pagamento das substituições – Para o banco, a questão é pétrea e “trata-se de mudança de cultura”. A empresa nega-se a admitir que o desvio de função está ocorrendo de forma generalizada, caracterizando gestão temerária pelo passivo trabalhista que essa atitude está acarretando.
Hora extra – A Comissão de Empresa mostrou documentos do banco proibindo a realização de hora extra, sob alegação de “falta de dotação orçamentária”. Isso está provocando diversas fraudes no ponto eletrônico, uma vez que a falta de funcionários obriga a sobre-jornada sem a devida remuneração.
O banco diz estar concluindo levantamento para identificar onde há problemas. No entanto, não aponta perspectiva de solução.
Contratação de mais funcionários – O banco anunciou a convocação de 300 concursados em Brasília. A Comissão de Empresa solicitou que o mesmo critério seja utilizado para São Paulo, onde o concurso de 2006 vence dentro de algumas semanas.
Foi argumentado que o fato de ser necessário a realização de horas extras, caracteriza a necessidade de mais funcionários para atender a demanda de serviços.
Metas abusivas e assédio – A determinação do banco em se manter como o líder do ranking no ano em que comemora seus 200 anos tem levado a uma série de ações que convergem para metas irreais e abusivas, e a pressão vai descendo na escala de comando, desembocando no assédio nos locais de trabalho. Somado à falta de funcionários, esse é o elemento explosivo das péssimas condições de trabalho na grande maioria das dependências.
PCCS – Os dirigentes sindicais também reivindicaram a necessidade de reabertura da discussão do PCCS, não apenas pelos problemas que já existem no BB, mas também pelo fato de as incorporações criarem novas distorções. Novamente, os representantes do banco disseram não cogitar discutir o assunto, mostrando totalmente insensibilidade a um problema que cresce a cada dia.
Vale-transporte – O banco continua descumprindo a lei, mesmo já tendo sido derrotado em ações jurídicas em vários Estados. A afirmação dos negociadores é que o jurídico do BB alega que a empresa está cumprindo a lei.
Intensificar a mobilização – Diante da postura irredutível do BB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) orienta os sindicatos a intensificarem a mobilização e a prepararem a greve nacional de 24 horas no dia 25 de junho.
Informações da Contraf/CUT
Link: https://seebcgms.org.br/banco-do-brasil/sindicatos-se-mobilizam-para-greve-no-banco-do-brasil-no-dia-25/