9 de Junho de 2016 às 09:32

Cade aprova, com restrições, compra do HSBC no Brasil pelo Bradesco

Fusão

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (8), com restrições, a compra das operações no Brasil do HSBC pelo Bradesco.

O HSBC anunciou em agosto de 2015 que vendeu sua subsidiária brasileira para o banco Bradesco, em uma operação que movimentou US$ 5,2 bilhões, o equivalente, à época, a R$ 17,6 bilhões.

Com a aquisição, o Bradesco assumirá todas as operações do HSBC no Brasil, incluindo varejo, seguros e administração de ativos, bem como todas as agências e clientes.

Restrições

A aprovação da compra, porém, ficou condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), entre Bradesco e Cade. Por meio dele, o conselho pretende limitar o risco de que a fusão entre os dois bancos gere problemas concorrenciais no mercado de crédito no Brasil.

O conselheiro do Cade que foi relator do processo, João Paulo de Resende, apontou que a compra do HSBC pelo Bradesco contribui para elevar os níveis de concentração, por exemplo, nos depósitos em conta corrente e no crédito de livre utilização por clientes.

Por conta disso, o ACC vai obrigar o Bradesco implementar algumas medidas em áreas como comunicação e transparência, treinamento e incentivo à portabilidade de crédito.

Entre as ações que o Bradesco terá que adotar está estimular atuais clientes do HSBC de 106 cidades do país a transferir operações de crédito (como empréstimos pessoais) para outros bancos que sem ser os quatro maiores: Banco do Brasil, Caixa, Itaú, além do próprio Bradesco.

Além disso, o acordo impede que o banco compre uma nova instituição financeira por 30 meses.

Demissões

Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, a autorização do Cade para o Bradesco adquirir o HSBC  já era esperada, mas a surpresa é que não contenha nenhuma orientação relativa à manutenção dos empregos, apesar da insistência do movimento sindical.

 "Já vimos este filme várias vezes. Quando um banco adquire outro, somam seus empregados. Feita a absorção de um banco por outro, gradativamente o número de empregados vai encolhendo e recuando  para o número do período anterior à aquisição. Esperamos não ter que passar por isso novamente", ressalta.

Encontro nacional

A incorporação do HSBC pelo Bradesco e seus efeitos sobre os trabalhadores foi o tema central dos debates travados por dirigentes sindicais do HSBC durante Encontro Nacional dos Bancos Privados dias 7 e 8 de junho, onde foram definidas prioridades específicas a serem levadas à discussão com os respectivos bancos. Entre as dos bancários do HSBC, definidas por 82 dirigentes sindicais funcionários do banco de todo o país, estão a manutenção do emprego, auxilio-educação para todos e PLR mais justa.

Fonte:  Com informações do G1, Contraf-CUT e SEEB-SP

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