14 de Junho de 2015 às 08:34

Entenda o que muda na prática com a decisão do HSBC de sair do Brasil

Venda do HSBC

Reprodução

José dos Santos Brito Filho, diretor do SEEB-CGMS em entrevista no SBT

Banco que assumir os negócios da instituição britânica deve manter serviços aos clientes

 

O HSBC anunciou, na terça-feira, uma reestruturação que inclui encolhimento das operações no Brasil e na Turquia. O objetivo da operação, que deve acarretar em um corte de até 50 mil empregos, é economizar até US$ 5 bilhões.

Após anunciar a venda de suas operações, o HSBC emitiu uma nota em que explica que o banco "está em processo de venda e não de encerramento de suas operações" e que seguirá "operando normalmente e, mesmo após a venda, seguirá prestando serviços aos seus clientes".

"Na verdade o HSBC está vendendo o Banco no Brasil e não deixando o País como está sendo informado pela imprensa até porque,  ele irá continuar com agência no País para realizar negócios com grandes empresas nas transações internacinais. Então para os clientes não representará prejuízo nenhum, porque o Banco que comprá-lo continuará suas atividades normais, portanto não há motivo para correria dos clientes nas agências para sacar seu dinheiro que está aplicado, sobrecarregando os poucos funcionários que estão se desdobrando para atende-los. A nossa maior preocupação neste momento é amenizar o impacto que a venda causará nas demissões. Com relação a esse assunto estamos cobrando o Governo Federal, o Cade e o Banco Central para que não permita o monopólio que está sendo desenhado se algum dos grandes bancos que atuam no País compra-lo, causando com isso prejuízo para a sociedade e demissão em massa tanto no HSBC, quanto no banco que adquirí-lo" enfatiza o diretor do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, José dos Santos Brito Filho.

Mas o que muda na prática para correntistas, funcionários e clientes? Veja a resposta desta e de outras perguntas abaixo:

 

Como ficam os correntistas pessoa física com a decisão do HSBC?


Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o banco que adquirir os ativos do HSBC à venda no país também vai receber os correntistas e, com eles, herda o contrato de prestação de serviços para os clientes. Como em outros casos de fusão e aquisições no setor bancário no país, a migração vai ocorrer gradualmente e todas as etapas devem ser comunicadas aos clientes. Vale lembrar que, em um primeiro momento, não há razão para temor dos correntistas, informa o Idec, porque o HSBC está deixando o país por uma questão de estratégia, e não de problemas financeiros que gerem risco aos clientes. Mesmo assim, todas as contas correntes e aplicações até o limite de R$ 250 mil (poupança, renda fixa, CDI, capitalização, entre outros) estão garantidos por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

A mudança altera direitos dos clientes?


É importante o consumidor ter conhecimento que todos as condições contratuais que foram estabelecidas anteriormente permanecerão vigentes. O banco que assumir a carteira de clientes e negócios do HSBC responderá juridicamente pelos acordos firmados. Com isso, em caso de descumprimento de oferta ou quebra de contrato, o Código de Defesa do Consumidor continua garantindo os direitos, e os consumidores que se sentirem lesados devem procurar o Banco Central e o Procon de sua cidade para solução do problema.

Os clientes do HSBC são obrigados a migrar para o banco comprador?


Não. Existe a portabilidade bancária no país. Se o cliente ficar insatisfeito, pode levar a sua conta, financiamento, seguros, investimentos etc. para outro banco. A economista Ione Amorim, do Idec, ressalta que é importante não tomar decisão precipitada e aguardar o processo de incorporação para avaliar o perfil do banco e os serviços que oferece.

Boletos emitidos pelo HSBC sofrem alteração?


Depois da migração, serão incorporados pelo novo banco. Antes, nada muda. Todo o processo de incorporação terá um tempo para substituição dos documentos emitidos pelo banco.

O que ocorre com os cartões de crédito dos correntistas?


Isso ainda vai depender da estratégia do banco comprador. Como é um banco internacional, pode ocorrer a manutenção das bandeiras atuais com o nome do banco em razão da sua atividade no Exterior. É semelhante ao que acontece com os cartões American Express, por exemplo, administrados pelo Bradesco.

Como ficam as folhas de pagamento que são de responsabilidade do HSBC?


A questão é o mesma. O banco que adquirir os ativos do HSBC assume, também, os contratos firmados com empresas e instituições publicas, como é o caso das folhas de pagamento do funcionalismo, que são licitadas. Se o cliente ficar descontente, posteriormente pode fazer a migração da conta-salário para outra instituição.

Como ficam os bancários que hoje trabalham no HSBC?


O Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região está se mobilizando em conjunto com entidades sindicais de todo o país para realizar manifestações  para que sejam garantidos os empregos d@s bancári@s com a venda do HSBC.

Hoje o Banco tem 853 agências no Brasil e teve prejuízo de R$ 441 bilhões em 2014, sinalizando sem dúvidas que será vendido. Resta saber quem irá comprar. A venda é preocupante não somente para as Entidades Sindicais como para toda sociedade, uma vez que a possibilidade de haver muitas demissões é grande e afetará também os trabalhadores indiretos.

Diante deste cenário as entidades sindicais de todo país já participaram de várias reuniões com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Banco Central (BC) em Brasília (DF) cobrando a manutenção do emprego e temas sociais, solicitando alternativas que não penalizem os bancári@s pela incompetência administrativa do HSBC, porém ainda não obteve respostas concretas.

"O HSBC tem uma história e os banqueiros não podem ir embora sem serem investigados e sem pagarem o que devem. Chegaram aqui ganhando... Durante o período que ficou, ganhou... E está saindo do Brasil levando bilhões sem que sejam punidos. E, em contra partida, deixará o desemprego e uma dívida com o povo brasileiro", enfatiza o diretor do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS, José dos Santos Brito Filho.

O diretor do SEEB-CGMS, Brito Filho afirma ainda que, as entidades sindicais são a favor da federalização do HSBC. "Só em 2014, o banco teve um prejuízo de R$ 441 bilhões, a qual influenciou na decisão da venda e não podemos deixar que o Bradesco, que tem larga influência no governo Dilma - sobretudo na área econômica - compre o HSBC gerando desemprego e crise social. A categoria e a sociedade tem que se unir antes que aconteça outros escândalos e prejuízos para a população".

O Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região entende que somente a parceria entre @s bancári@s, entidades sindicais e população poderá pressionar a Presidência da República para que interceda junto ao CADE e o Banco Central evitando que a transfe-rência do controle acionário do HSBC afete a economia e deixe milhares de pes-soas sem empregos.

Vale ressaltar ainda, que a venda do HSBC para outro grande banco que atua no país irá aumentar o monopólio no setor financeiro, prejudicando ainda mais a sociedade brasileira.

Precisamos do envolvimento de tod@s, os bancári@os, pois estamos falando em quase 22 mil empregos, além de diversos impactos na nossa economia com a saída do HSBC. É preciso que todos trabalhem juntos para tentar minimizar ao máximo o impacto que será gerado na nossa sociedade.

Como vai funcionar o HSBC durante a transição?

As agências seguem funcionando normalmente enquanto ocorre a incorporação gradativa das operações e os clientes deverão ser comunicados sobre mudanças no número das contas, cartões etc., manutenção ou não de agências. Não há prazo definido para esta migração acontecer por completo. O Goldman Sachs, contratado para assessorar o HSBC no negócio, teria até agosto para definir a melhor oferta.

Com informações http://zh.clicrbs.com.br/

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