10 de Junho de 2025 às 17:09
Itaú
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu nesta terça-feira (10) com a direção do banco, na sede da empresa, em São Paulo. No encontro, foram discutidos temas importantes como o Acordo de Conciliação Prévia (CCV), banco de horas, programa de metas GERA, reestruturação das agências e segurança dos trabalhadores.
O banco apresentou dados atualizados sobre o Acordo de Conciliação Prévia (CCV), com crescimento expressivo no número de acordos: de 2.196 em 2023 para 3.107 em 2024 — aumento de 50% nas conciliações, com volume financeiro 55% maior. O prazo de fechamento das negociações permanece em 30 dias, contados da entrada até o pagamento.
Na questão banco de horas, foi apresentada a média de horas extras realizadas nos departamentos e agências. O prazo para compensação vai até julho; caso as horas não sejam compensadas até essa data, os valores deverão ser pagos na folha de pagamento.
A COE Itaú denunciou que, em algumas regiões, gestores estão obrigando os trabalhadores a compensarem essas horas durante o horário de almoço — o que é irregular. O banco afirmou que a compensação precisa ser acordada entre as partes e que reforçará a orientação para que isso não ocorra.
Outro ponto debatido foi o aumento da compensação das horas extras realizadas em domingos e feriados: passou de 1h30 para 2h, a cada hora trabalhada.
A COE também cobrou explicações sobre as metas do programa GERA, que têm causado insatisfação entre os trabalhadores pela falta de transparência e pela desproporcionalidade entre as agências.
Foram apresentados exemplos de agências de pequeno porte (com 3 gerentes de negócios) que recebem metas similares ou superiores às de agências maiores (com até 6 gerentes). A COE questionou o critério de distribuição de metas, a falta de clareza nos parâmetros utilizados e a demora na divulgação dos resultados — que pode chegar a 15 dias.
Questionado o Banco em relação da definição do porte de agências a resposta foi que para definição é levado em consideração 30% os clientes e 70%produtos bancários, além do pontecial da região e o retorno esperado. Prometeu realizar lives com os trabalhadores para explicar a metodologia adotada e detalhou que ajustes são feitos em casos de férias, licenças ou desligamentos de funcionários.
A COE também cobrou o problema de controles paralelos para o acompanhamento da produção e a demora no fechamento dos resultados. O Itaú alegou que 80% dos produtos são computados em D+1, mas operações de renegociação e proteção levam de dois a cinco dias para contabilização.
A representação dos trabalhadores manifestou forte preocupação com o fechamento de agências, que se intensificou nos últimos meses — com 120 unidades encerradas, 55 em fase de fechamento e previsão de conclusão até o final de agosto. Apesar de o banco afirmar que o critério para fechamento é a rentabilidade e o perfil digital dos clientes, os dirigentes sindicais alertaram que muitas das agências encerradas são lucrativas e essenciais para a população local, especialmente aposentados.
Foi reivindicado que o Itaú cumpra seu papel social, como instituição que detém uma concessão pública, e reavalie o fechamento de agências que são estratégicas para o atendimento da população. O banco se comprometeu a analisar os casos que forem apresentados pela COE nas próximas reuniões.
Em relação à realocação de trabalhadores, o banco informou que está acontecendo. A COE solicitou o acompanhamento de perto do processo e o acompanhamento desses trabalhadores nos novos locais, além de denunciar a superlotação de agências receptoras.
Outro tema abordado foi a falta de segurança nos chamados "Espaços de Negócios", onde não há vigilantes nem portas de segurança. A COE cobrou soluções imediatas, já que os abastecimentos de caixas eletrônicos, que deveriam ocorrer externamente, em alguns casos vêm sendo feitos dentro das agências.
O Itaú disse que irá orientar as empresas de transporte de valores e que, onde a estrutura não permitir abastecimento externo, reformas serão feitas para adequação.
O banco apresentou o novo modelo das agências Personnalité, agora sem caixas e com estrutura enxuta: gerente geral, gerente de relacionamento e assessor de atendimento. Até agora, 21 agências foram transformadas em "Espaços de Negócios" e outras 14 no modelo Personnalité, incluindo unidades em Rio Branco, Porto Velho e Foz do Iguaçu.
A COE também cobrou explicações sobre o segmento Smart Pro, principalmente em relação à incorporação da remuneração variável dos gerentes que foram retirados da estrutura das agências. O banco disse que a incorporação foi realizada com base na média de remuneração anterior e prometeu apresentar detalhes sobre o programa e o modelo de remuneração na próxima reunião.
Para a coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai, a reunião foi importante para abrir espaço ao debate de questões que impactam diretamente a categoria bancária. "A reunião foi produtiva porque conseguimos debater vários pontos que são problemas de todo o setor bancário e o Itaú se colocou à disposição para avançar em pontos positivos para os trabalhadores. O Itaú tem condições de manter as agências em locais necessários para garantir o atendimento e os empregos. O lucro é cada vez maior e ele precisa contribuir com sua parte na responsabilidade social. Esperamos que tenhamos avanços e a mobilização dos trabalhadores é muito importante para isso. Vamos mapear as agências e levar a realidade dos locais para as próximas reuniões no sentido de lutar para o não fechamento de algumas agências", afirmou.
A próxima reunião está prevista para apresentar o quadro de demissões e contratações, a revisão do fechamento de agências, além de detalhes sobre o segmento Smart Pro e soluções para as agências sem estrutura adequada para o abastecimento externo de caixas eletrônicos.
Por: Contraf
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