18 de Fevereiro de 2020 às 08:35

Itaú: demissões em massa mesmo com lucro recorde

Demissões

Na mesma semana em que anunciou lucro líquido recorde de R$ 28,363 bilhões, o maior da história dos bancos no Brasil, o Itaú promoveu demissões em massa no Centro Tecnológico (CT) e no Centro Administrativo (CA) ITM. Segundo o Sindicato de São Paulo apurou, foram 51 demissões no primeiro prédio e ao menos 20 no segundo.

De acordo com a dirigente sindical de São Paulo, Valeska Pincovai, bancária do Itaú, o sindicato foi informado de que seriam feitas 400 demissões no Centro Tecnológico, entre quinta 13 e sexta 14. “Os bancários do Centro Tecnológico estão apavorados e o clima no local é tenso com os rumores dessas 400 demissões. Ligamos para a Área de Relações Sindicais, que desmentiu este número. Disseram que se trata de reestruturação na Diretoria de Operações. De acordo com o banco, são 280 funcionários envolvidos, 229 realocados e 51 demitidos por não terem perfil para outras vagas. Bom ressaltar que estes 51 postos de trabalho não serão repostos”, enfatiza a dirigente.

Valeska acrescenta que o sindicato já procurou o Itaú para negociar a respeito das demissões e que a entidade realizará atividades em protesto. “É inadmissível um banco que lucra tanto às custas dos trabalhadores continuar demitindo e adoecendo em massa seus funcionários.”

Terror também no ITM

Ao menos 20 demissões ocorreram no CA ITM entre a quarta-feira (12) e a quinta-feira (13). De acordo com o dirigente Antônio Soares, bancário do Itaú, o motivo alegado pelo banco é de performance/aderência e reestruturação.

“O sindicato foi informado por alguns trabalhadores que novas demissões ocorrerão ainda esta semana, um verdadeiro descaso. O apetite voraz por lucro e cortes não poupou nem sequer operadores em reabilitação de saúde ou com histórico de afastamento médico”, salienta o dirigente.

“As demissões atingiram principalmente a DCA PF e a diretoria canais atendimento PF, áreas onde já há falta de funcionários, em especial nas centrais do SAC e do 30 Horas”, acrescentou Tonhão.

Segundo o dirigente, a justificativa do Itaú para os cortes em série não é plausível. O banco alega ter contratado 71 pessoas para repor os trabalhadores demitidos em 2019. “Nada justifica mais estas demissões, pois este número apresentado pelo banco não repõe sequer os trabalhadores demitidos no ano passado. Além dos cortes e de todo o terror, o Itaú está transferindo compulsoriamente, à revelia das negociações com representantes dos trabalhadores, os operadores das centrais PJ para o 30 Horas, impactando a vida destas pessoas”, finaliza o dirigente.

Fonte: SEEB/São Paulo

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