9 de Setembro de 2021 às 09:08
Itaú
Se no Itaú já é rotina funcionários reclamarem da exploração e desvalorização impostas pelo banco, para quem tem mais tempo de trabalho a situação é ainda pior, caracterizando discriminação aos bancários mais antigos.
Os sindicatos denunciam que as constantes mudanças praticadas pelo banco, com novos projetos e reestruturações, como é o caso do programa Gera e do projeto Itaú 2030, confirmam que a empresa está em busca de um novo perfil de funcionário em que não há espaço para os trabalhadores com mais tempo de casa.
O próprio presidente do banco, Milton Maluhy Filho, deixou claro em entrevista à grande imprensa que sua missão é a de aprofundar a transformação digital no Itaú e que o grande desafio é “renovar” a cultura da instituição financeira.
“O executivo fala de tudo, menos sobre valorizar quem produz os lucros do Itaú: os bancários”, critica Maria Izabel, diretora do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
No dia 25 de agosto, em reunião com o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos sindicatos, o Itaú apresentou o que considera “o banco do futuro” prometendo que, nesta nova era, “não há espaço para discriminação”, mas “uma busca constante pela diversidade” e profunda mudança de cultura.
Mas no cotidiano dos locais de trabalho a realidade é outra. Sindicatos em todo o país têm recebido denúncias de que trabalhadores com mais tempo de banco estão sendo desprezados e discriminados pelas novas políticas do Itaú.
Muitas das denúncias foram relatadas por trabalhadores desligados que passaram pelo processo de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV). Os funcionários incluíram na justificativa de seus pedidos, o assédio moral e os danos morais que sofreram através de constrangimentos e exposições em reuniões, inclusive com chacotas feitas pelos gestores.
Frases de gestores, como “Dê espaço aos mais novos, seu tempo de banco já deu o que tinha que dar”; “Precisamos de mentes frescas, novas ideias, o banco está se reinventando”; “Vamos dar prioridade à juventude, seu momento de crescimento já passou” e “Não vou promover você porque está velho demais”, deixam claro que bancários mais antigos não têm mais vez no Itaú.
O tom dos gestores chega ao nível da ameaça de demissão: “O que você pretende no banco? É preciso pensar no futuro porque seus dias estão contados”, dizem os empregados que deram toda uma vida ao trabalho.
“Nós já alertamos à direção do banco sobre a postura desumana dos gestores. Descartar quem há anos dá tanto suor pelo banco é uma covardia. Discriminar é crime”, afirma Maria Izabel.
Fonte: Bancários RIO
Link: https://seebcgms.org.br/banco-itau/itau-discrimina-e-nao-valoriza-bancarios-com-mais-tempo-de-casa/