11 de Maio de 2009 às 09:52
Para Setubal, o financiamento imobiliário teria um incentivo mais eficaz se o governo permitisse ao mutuário deduzir o pagamento de juros no Imposto de Renda, como acontece nos EUA, do que manter a isenção da poupança.
"Aqui no Brasil, você não pode deduzir de sua declaração de renda os juros do financiamento imobiliário, o que é usual em qualquer país do mundo. Os mutuários não podem fazer essa dedução e o aplicador [da poupança] não paga Imposto de Renda. Estamos trocados. Deveríamos ter um modelo que apoie o financiamento e não o investidor, como é em qualquer lugar do mundo", disse.
O presidente do Itaú reconhece a dificuldade política para o governo mexer na poupança, mas afirma que não haverá outra solução se o país quiser conviver com taxas de juros baixas. "A gente vai caminhar para isso, gostando ou não."
Os bancos estão no centro do debate sobre o rendimento da poupança, que ameaça secar os recursos captados pelos fundos de investimento, que, por sua vez, financiam a rolagem da dívida pública. Eles defendem a flexibilização do direcionamento de 65% para financiamento imobiliário, além de 20% de compulsório.
"Nos EUA, eles liberaram tudo e o banco paga o quanto quer [pela poupança]. Aqui não estamos ainda prontos para liberar o mercado inteiro. Mas a etapa de tributar a caderneta de poupança é inevitável. Senão todos os instrumentos que irrigam outros setores da economia ficam sem recursos", disse.
Fonte: TONI SCIARRETTA, da Folha de S.Paulo
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