22 de Junho de 2016 às 10:23
Itaú
Desde o início do ano, o Sindicato dos Bancários de São Paulo recebe denúncias relacionadas às mudanças unilaterais impostas pela DCA (Diretoria de Canais de Atendimento) do Itaú, que impactam na escala de plantões e na aderência dos operadores de atendimento. Além disso, os trabalhadores vivem sob ameaça constante de terceirização das centrais de atendimento.
“O banco proibiu a troca de dias e horários dos plantões, o que gerou muitas reclamações. Com isso, o Sindicato abriu negociação com a DCA e o RH. Tivemos algumas reuniões, mas antes de chegarmos ao consenso sobre uma boa alternativa, a DCA abandonou o debate”, critica o dirigente sindical e bancário do Itaú Antônio Soares, o Tonhão.
“Na última reunião com a DCA, em 17 de abril, foi confirmado pelo banco a volta das trocas de dias e horários de plantões a partir de 1º de maio, conforme solicitado pelo Sindicato. Foi apresentada pelo banco, ainda, nova proposta de plantões, na qual nas centrais Varejo e Uniclass, em uma rotação de seis semanas, o operador trabalha um fim de semana sim e outro não. Já para as centrais SAC e Personnalité, na mesma rotação, o operador tem que trabalhar dois finais de semana consecutivos para folgar um”, explica Tonhão.
O banco justifica a diferença de escalas por falta de funcionários. “Não dá para aceitar. Se faltam funcionários, qual o motivo de terceirizar diversas centrais. Reivindicamos que todos os operadores tenham a mesma escala estabelecida para o Varejo e Uniclass”, enfatiza o dirigente.
Aderência – Outra mudança que traz muita dor de cabeça aos bancários é a imposição da aderência de 95% para operadores das centrais PF e PJ alcançarem nota N5. “Como existia diferença entre a aderência dos operadores PJ, de 95%, e dos operadores PF, de 90%, o Sindicato cobrou equiparação em 90% para todas as centrais. Ao invés disso, o Itaú equiparou em 95%, prejudicando até mesmo as pausas toalete. Reforçamos nossa reivindicação para que a aderência seja de 90% para todos”, destaca Tonhão.
Terceirização – Outra preocupação dos operadores de atendimento é o processo de terceirização de algumas centrais como a SOS Internet, Consignado PJ e Atendimento 1º Nível PJ. Os trabalhadores não sabem se a sua central será ou não a próxima, uma vez que o banco se nega a informar ao Sindicato, com devida antecedência, quais serão atingidas e a quantidade de bancários impactados.
“A atuação do Sindicato conseguiu vitórias como o recuo na terceirização da Central de Previdência, onde estão 180 bancários. O banco também se comprometeu que, até o fim do ano, não haverá demissões nas centrais terceirizadas e que os trabalhadores serão realocados. Entretanto, percebemos que em centrais onde não está prevista terceirização, o banco demite para realocar bancários oriundos das terceirizadas. O Itaú está descobrindo os pés para cobrir a cabeça. É preciso transparência”, enfatiza o dirigente sindical.
Sem arrego – Diante deste cenário - com mudanças unilaterais, terceirização e demissões - o Sindicato está mobilizado, junto com os bancários, para defender empregos e condições de trabalho.
“Temos feito diversos protestos, inclusive com paralisações. Enquanto o banco não retomar o diálogo sobre a questão dos plantões, aderência, demissões e também terceirização, a mobilização será intensificada. Um banco com o lucro do Itaú tem obrigação de respeitar, ser transparente e valorizar seus funcionários”, conclui Tonhão.
Felipe Rousselet
Link: https://seebcgms.org.br/banco-itau/mudancas-unilaterais-prejudicam-bancarios-no-itau/