6 de Maio de 2021 às 08:39

Na pandemia e com lucro crescente, Itaú massacra bancários com metas

Metas

Mesmo em meio a uma pandemia e com lucro de 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2021 - alta de 63,5% em relação ao mesmo período do ano passado e de 18,7% na comparação com o trimestre anterior - o Itaú segue massacrando os bancários com metas abusivas. De acordo com relatos dos trabalhadores, maio começou com muitas cobranças e aumento das metas. 

Em reuniões com gerentes regionais, realizadas nesta semana, foi cobrado que não poderia haver nenhum produto zerado no Gera; atuação no VAI, com ligações efetivas (que resultam em venda); percentuais acima de 30% nos itens renegociação e crédito, na primeira semana; e mensuração de números específicos para PIC e seguro de cartão. Em maio, houve ainda aumento por volta de 17% no equilíbrio de contas (créditos), 10% no item sorte (PIC), e 12% na proteção (seguros). 

“O bancário tem 22 dias úteis para cumprir as metas, mas o mês já começou com uma pressão absurda. O VAI virou um instrumento de tortura, uma vez que os clientes já não atendem mais as ligações. Em home office, o bancário faz em média 45 ligações diárias e o resultado no final do dia é que ele falou com 5 clientes, em média” relata a dirigente do Sindicato de São Paulo e bancária do Itaú, Márcia Basqueira. 

Segundo a dirigente, também são cobradas ligações efetivas nas agências, um ambiente no qual o bancário precisa ainda atender os clientes, telefones, entre outros afazeres. O Itaú justifica a cobrança com a alegação de que houve uma diminuição no fluxo de clientes. 

Além disso, no item renegociação, os bancários que atingem a meta são “premiados” com aumento por volta de 25% na meta do mês seguinte. 

“A rotina de uma agência não pode ser mensurada por ‘diminuição de fluxo’. Os bancários estão indo trabalhar com medo, expostos ao vírus. O cenário geral é de incerteza e grave crise econômica. Não vivemos uma situação normal. Aumentar metas e pressionar os bancários desta forma, neste momento, é uma tortura psicológica. Cobramos que o Itaú tenha empatia e respeito pelos bancários, que constroem resultados tão expressivos, e mude com urgência esta postura”, conclui Márcia. 

Lucro

O Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente Gerencial, que exclui efeitos extraordinários no lucro, de R$ 6,4 bilhões, no 1º trimestre de 2021. O resultado representa alta de 63,5% em relação ao mesmo período de 2020 e de 18,7% no trimestre. Esses números dão ao banco uma rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco – ROE) de 18,7%, alta de 4,7 pontos percentuais em doze meses.

“É impressionante como mesmo numa das maiores crises que o Brasil atravessa, os bancos continuam lucrando tanto. Mostra a falta de compromisso do sistema financeiro com o país. Mais do que isso, mostra que precisamos urgentemente de leis para pôr um freio na ganância dos bancos”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, ao apontar que foram fechadas 115 agências do Itaú no Brasil, em doze meses.

Leia - Itaú lucra R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2021

Fonte: SP Bancários

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