15 de Dezembro de 2009 às 10:15

Minoritário contesta aumento de capital do Banco Mercantil do Brasil

Valor Econômico
Altamiro Silva Júnior, de São Paulo


Uma assembleia de acionistas hoje às 15 horas, no centro de Belo Horizonte, promete ser das mais agitadas. Na pauta, a aprovação de um aumento de capital privado de R$ 45 milhões do Banco Mercantil do Brasil. A proposta é emitir 5,6 milhões de ações ordinárias (ON, com direito a voto) a R$ 8 cada.


Foi a definição desse preço que provocou a ira de um acionista minoritário do banco. O executivo Sérgio Araújo, filho de Vicente Araújo, um dos fundadores do Mercantil do Brasil e por muito tempo seu presidente, resolveu entrar na Justiça para pedir esclarecimentos da operação.


Araújo tem 5% das ações do banco. Segundo Leonardo Guimarães, sócio do escritório Guimarães & Vieira de Mello Advogados, que representa o minoritário, o banco não deu maiores explicações de como esse preço foi fixado. "Se fosse pelo valor patrimonial, cada ação teria que custar R$ 18,09", diz o advogado. O preço também está abaixo da cotação do papel no mercado, de R$ 11. O Mercantil tem capital aberto e é listado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas as ações não têm liquidez. Seu patrimônio líquido atual é de R$ 220 milhões.


Na ata da reunião extraordinária do conselho de administração que aprovou o aumento de capital, dia 27 de novembro, o banco diz que o preço foi fixado com base na "perspectiva de rentabilidade da companhia através do método do fluxo de caixa disponível para distribuição, da análise do valor do patrimônio líquido da ação" e da média das cotações no mercado.


"O critério do fluxo de caixa e do valor econômico é muito subjetivo e o banco não disponibilizou as informações de como isso foi feito", diz Guimarães. Segundo ele, nas reuniões, o Mercantil impediu os executivos de levarem cópias dos laudos de avaliação e ainda não mostrou todos os documentos. Na quarta-feira, dia 9, o advogado entregou ao banco uma notificação formal pedindo o envio dos documentos, mas até a tarde de sexta-feira não havia recebido os relatórios. Procurado, o Mercantil disse que não iria se pronunciar.


Segundo o advogado, o aumento de capital vai provocar uma "diluição injustificada" da participação de seu cliente no capital do banco. Guimarães disse que ainda não sabe para quanto a participação cairia após o aumento. "Meu cliente pode até participar da subscrição, mas não tem como participar de uma assembleia sem as informações mínimas", diz o executivo.


O minoritário questiona também as razões do aumento, pois entende que o banco já está bem capitalizado. No ano passado, o Mercantil concretizou a venda de sua seguradora Minas Brasil para o grupo suíço Zurich. A operação rendeu R$ 236 milhões em dinheiro para o banco mineiro e ainda um ganho extra pela exclusividade da sua rede de agências para a venda de seguros da Zurich.


O Mercantil é um banco com controle familiar. O principal acionista é Milton dos Santos, com 15,6% do capital total, segundo informações do site da Bovespa. O executivo é o presidente do conselho. O banco tem 160 pontos de atendimento e foi fundado nos anos 40 no interior de Minas Gerais. É focado em crédito para pessoa física e jurídica.


Fonte: Valor Econômico

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros