29 de Março de 2019 às 08:32

Bancário do Santander sofre avalanche de abusos

Desrespeito

“Hoje me encontro desempregado, doente e com fortes dores no braço. Me sinto injustiçado, visto que trabalhei  8 anos e 6 meses e sempre me relacionei bem com os meus pares e principalmente gestores, nunca recebi advertências, e pior, sem fundamentos, como ocorreu recentemente, baseado  em boatos. Nesse ato covarde me tiraram  o emprego sem fatos. Me sinto humilhado.”

O desabafo de um ex-bancário do Santander resume o ambiente de trabalho opressor e adoecedor ao qual muitos dos empregados do banco espanhol e de outras instituições financeiras encaram diariamente. 

Paulo (nome fictício) vive com deficiência e foi contratado em 2010. Com apenas um braço, ele conta que os desrespeitos surgiram logo no início da contratação, quando identificou que seu salário não correspondia ao do cargo para o qual foi contratado. 

Ao longo dos anos, foi transferido de área três vezes e enfrentou diversos casos de assédio moral e humilhações. Por conta dos desrespeitos e discriminação, foi diagnosticado com síndrome do pânico. Mesmo assim não se afastou por medo de ser dispensado.

Redução da nota sem feedback

Por duas vezes teve redução de nota sem receber nenhum feedback. “Me vi perseguido e injustiçado, o que acarretou na piora do meu tratamento. Tive que me afastar por mais de 30 dias, caindo no auxílio-doença”, conta Paulo. 

“Causa perplexidade essa falta de transparência e respeito em um banco cujo slogan foi durante muitos anos ‘Simples, pessoal e justo’. Como o Santander pôde ostentar esse lema dispensando um tratamento como esse a um trabalhador que ajudou a construir o lucro do banco?”, protesta a dirigente sindical de São Paulo e bancária do Santander Lucimara Malaquias. 

Devido ao esforço e as metas impostas sem levar em consideração as limitações causadas pela deficiência, Paulo desenvolveu também bursite (inflamação na articulação), o que o obrigou a se afastar pela segunda vez. 

Por fim, acabou demitido em março de 2019. “Depois de oito anos sendo humilhado, me sentia um lixo”, lamenta o trabalhador.

“As doenças que o trabalhador desenvolveu são resultado do assédio moral, discriminação e falta de estrutura do banco com trabalhadores que adoeceram ou que têm deficiência. Ele sendo PCD [Pessoa com Deficiência] deveria contar com condições específicas de trabalho que o banco não disponibilizou, o que fere não só a Convenção Coletiva de Trabalho, como a legislação vigente”, denuncia Lucimara.

Fonte: SEEB/São Paulo

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