28 de Setembro de 2018 às 08:24

Direção do Santander é conivente com exploração de trabalhadores por terceirizada

Terceirização

A Network (antiga Scor), prestadora de serviços exclusiva do Santander, demitiu, com conhecimento do banco, cerca de 30 funcionários no dia 30 de julho deste ano. Antiga conhecida dos tribunais, a terceirizada mudou de nome, mas continua com velhas práticas que lesam os trabalhadores. Desta vez, contudo, a Network/Scor passou dos limites. Contratou uma empresa de mediação (câmara arbitral), que dividiu as verbas rescisórias dos ex-funcionários em até 25 vezes.

Os trabalhadores da empresa, então, procuraram o Sindicato dos Bancários de São Paulo para intervir junto ao Santander, que tem responsabilidade subsidiária. A direção do banco, todavia, não se empenhou em atender às reivindicações e demonstrou total desprezo em relação aos funcionários que há anos realizaram com afinco a atividade bancária.

As homologações ocorreram sem o acompanhamento do Sindicato. “Um verdadeiro assalto ao direito dos trabalhadores”, afirma Silmara Silva, dirigente sindical e bancária do Santander. “Os acordos realizados nessas câmaras são no mínimo duvidosos. Os trabalhadores não têm outra alternativa se não aceitar, pois têm contas a pagar. O Sindicato, mesmo não representando esses terceirizados, oferece todo o apoio e assistência aos demitidos”, acrescenta a dirigente.

A Scor já foi denunciada por fraude trabalhista junto ao Ministério do Trabalho. “A empresa terceirizada já cometeu verdadeiras atrocidades e descumpriu obrigações trabalhista, entre elas descontar do holerite o INSS sem repassar à Previdência, lesando os trabalhadores e também a União, o que já é inadmissível. Agora, mais um acinte, que é parcelar em até 25 vezes as verbas rescisórias, diluindo nas parcelas, inclusive, a multa do FGTS”, enfatiza a dirigente e bancária do Santander Silmara Silva.

A dirigente lembra que os bancos são os principais articuladores da reforma trabalhista encomendada pelo setor patronal. O banco, segundo Silmara Silva, será também responsabilizado pela prática da empresa terceirizada.

“Isso é mais um exemplo do que as empresas, amparadas pela reforma trabalhista, são capazes de fazer com os trabalhadores. Nestas eleições, temos de eleger candidatos comprometidos em revogar essa medida nefasta que tanto prejudica a classe trabalhadora e o país”, acrescenta Silmara.

Dos demitidos, apenas uma ex-bancária terceirizada que prestava serviços para a área contábil do Santander, não assinou o acordo proposto pela câmara arbitral.

Fonte: SEEB/São Paulo

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