9 de Dezembro de 2008 às 12:01
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A negociação que iria ocorrer na tarde desta sexta-feira, dia 5, em São Paulo, entre representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Santander para tratar do aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho e do pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR), foi adiada para a próxima quarta-feira, dia 10, às 9h30. A redação das cláusulas do aditivo está praticamente concluída, faltando apenas definir a sua extensão para os trabalhadores do Real. O impasse que permanece é o valor do PPR.
Aditivo – “As negociações consolidaram o aditivo, único acordo firmado com banco privado no Brasil que complementa a convenção coletiva da categoria e traz avanços para os bancários”, avalia o diretor do SindBancários e da Afubesp, Ademir Wiederkehr. O aditivo manterá os direitos assegurados no ano passado e incluirá novas conquistas:
- aumento do número de bolsas de auxílio-educação para cursos afins de primeira graduação, passando de 1.000 para 1.250 com reembolso de 50% da mensalidade, cujo limite sobe de R$ 300 para R$ 330;
- pagamento da PLR proporcional para quem se aposentou este ano após o dia 2 de agosto ou vai se aposentar antes do dia 31 de dezembro;
- possibilidade de conversão do período extra de três meses da licença-amamentação em licença de dez dias corridos.
PPR – “Apesar dos lucros astronômicos do Santander, o PPR segue emperrado”, ressalta o dirigente sindical. O banco propôs um reajuste de 10%, igual à convenção coletiva, o que daria R$ 660. “Ora, em 2007, dobramos o valor do PPR em relação ao ano anterior. A proposta apresentada é insuficiente. Trata-se de um programa que garante ao banco isenções fiscais e, por isso, reivindicamos R$ 2 mil”, destaca Ademir.
“Além do mais, o Santander que acaba de receber o prêmio de Banco do Ano na América Latina pela revista The Banker, tem que apresentar uma proposta de PPR à altura dessa premiação, a fim de valorizar os seus trabalhadores, responsáveis pelo desempenho da empresa”, salienta o sindicalista.
O coordenador da COE do Santander, Mário Raia, lembra ainda que os ganhos do Santander diante da fusão com o Real serão expressivos. “Informações publicadas na imprensa dão conta de ganhos de sinergia da ordem de R$ 2,7 bilhões, valor cerca de 25% superior à expectativa inicial do banco”, aponta.
“Se o Santander quer mostrar que realmente valoriza seus funcionários, deve direcionar um pouco destes ganhos para reconhecer o esforço dos bancários dando um aumento expressivo no PPR”, diz o dirigente sindical.
Seeb/Porto Alegre, Afubesp e Seeb/SP