13 de Abril de 2012 às 14:20

Santander: Contraf quer venda responsável de produtos

A Contraf-CUT enviou nessa quinta-feira (12) ao Santander Brasil cópia da declaração conjunta do Comitê de Empresa Europeu e do Santander sobre a venda responsável de produtos e serviços financeiros, assinada no ano passado em Madri e válida em todos os países europeus onde o banco espanhol atua. O documento foi solicitado pelo representante do banco durante a reunião do Fórum de Saúde e Condições de Trabalho do Santander, ocorrida na última terça-feira 10, em São Paulo.



Clique aqui para ler a íntegra da declaração conjunta (em espanhol).


"Assumimos o compromisso de enviar o documento ao Santander Brasil e agora ficamos na expectativa de que seja igualmente assinado com as entidades sindicais e a UNI Finanças, como já ocorreu na Europa", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.



O protocolo é denominado de "Declaración conjunta del Comité de Empresa Europeu y la Dirección Central de Grupo Santander sobre el marco de relaciones laborales para la prestación de servicios financeiros". Foi assinado pela UGT e Comisiones Obreras (as duas principais centrais sindicais da Espanha), pela UNI Finanças (o sindicato global dos trabalhadores do setor financeiro) e pelo diretor de Relações Laborais do Santander na Espanha, Juan Gorostidi Pulgar.



A assinatura do documento foi reivindicada pela Contraf-CUT, federações e sindicatos, a partir da campanha mundial da UNI Finanças. A proposta também foi apresentada para a Fenaban, na Campanha Nacional dos Bancários de 2011.



Uma luta de todos os bancários



"Os bancários querem acabar com as pressões que sofrem nos bancos, com vinculação a metas abusivas e assédio moral, para vender a qualquer custo", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças.



Outra vítima é o cliente. "É um sistema que pressiona o bancário a deixar de lado a ética. Queremos oferecer aos clientes um atendimento ético, esclarecendo as pessoas sobre os serviços, taxas de juros e tarifas de forma clara e transparente", aponta o dirigente sindical.



A cultura da competição extremada implantada pelos bancos é um dos fatores que amplia o estresse vivido pelos bancários, prejudica as relações entre os colegas e acaba levando ao adoecimento. "Por isso reivindicamos o fim do clima acirrado de competição e o estabelecimento de uma cultura gerencial baseada na confiança, motivação e trabalho em equipe, sem controle abusivo e pressão sobre as vendas e sem ranqueamento individual de performance", salienta Cordeiro.



O documento original foi aprovado pelo Comitê Diretivo da UNI Finanças, em junho de 2010, durante reunião realizada em Copenhague, na Dinamarca. Entre os pontos com os quais os trabalhadores querem que os bancos se comprometam estão a garantia de que os sistemas de incentivo para os empregados sejam realistas, justos e transparentes, baseados em objetivos sustentáveis e de longo prazo.




Fonte: Contraf-CUT

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