18 de Julho de 2017 às 12:10
Santander
Os bancários do Santander que desenvolvem doença relacionada ao trabalho são obrigados a encarar dois problemas. Além da enfermidade, enfrentam os desrespeitos do banco a partir do momento em que se afastam da atividade laboral para cuidar da saúde.
Paula (nome fictício) sofreu duas violências: um assalto dentro da agência e ameaças de um policial barrado na porta giratória. Por conta disso, desenvolveu transtornos psicológicos comprovados por exames e atestados que recomendaram afastamento.
Devido à violência e ao tratamento, ela conta que pediu diversas vezes ajuda e atenção do Santander para conseguir ser transferida para agência ou departamento em outra cidade. “O banco sempre se negou e falava para eu entrar em processo seletivo e concorrer a uma vaga. É uma omissão, só dão atenção quando o funcionário cumpre metas, tem destaque. Quando você deixa de fazer isso, torna-se um estorvo para eles.”
Mesmo com laudos e atestados recomendando afastamento, a perícia do INSS considerou-a apta para o trabalho. Enquanto aguardava a realização de uma nova perícia (um direito da trabalhadora), o banco convocou-a para um exame médico. “Por ingenuidade eu fui. O médico ficou enrolando com assuntos estranhos para dar tempo do pessoal do RH chegar. Quando eu saí, eles me comunicaram o desligamento.”
A advogada previdenciária Sara Quental ressalta que se o trabalhador entender que está incapaz para o retorno ao trabalho, deverá de imediato agendar perícia no INSS e comunicar ao banco a data, além de enviar ao RH da empresa laudos do médico particular comprovando o seu estado de saúde e a sua incapacidade.
“Em todos os casos, inclusive na existência de estabilidade provisória, é sabido que o banco às vezes demite o trabalhador, mas temos judicialmente a possibilidade de pleitear a reintegração do funcionário na Justiça do Trabalho”, explica a advogada.
“O Santander desrespeita profissionais que se dedicam com afinco, dia após dia, para que o banco tenha o lucro fabuloso que tem. Neste caso, demitiu injustamente uma funcionária com perícia agendada pelo INSS. Se o banco demite um trabalhador com perícia agendada, então qual é a função da perícia? Essa prática demonstra que o banco não respeita nenhuma garantia que o trabalhador tenha”, protesta a diretora executiva do Sindicato de São Paulo, Maria Rosani.
“Vamos exigir do Santander o fim dessas punições injustas. Ao mesmo tempo, também já orientamos a bancária a ingressar na Justiça. Outros colegas que enfrentarem o mesmo tipo de abuso, devem procurar o seu sindicato”, alerta Maria Rosani.
Fonte: SEEB/São Paulo
Link: https://seebcgms.org.br/banco-santander/santander-demite-bancaria-com-pericia-agendada-no-inss/