17 de Dezembro de 2014 às 07:45

Santander se compromete a orientar médicos sobre autonomia nos exames

Banco nega orientação que impeça médicos de conceder "inapto"

Seeb São Paulo

Em reunião ocorrida nesta terça-feira (16) com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, através de um grupo de trabalho em saúde do trabalhador, em São Paulo, os representantes do Santander afirmaram que o banco está tomando medidas para deixar claro aos médicos do trabalho que eles têm total autonomia e que não há nenhuma orientação institucional que os impeça de conceder "inapto" ao trabalhador que está em licença médica pelo INSS, no momento de avaliação de retorno ao trabalho.

Embora negue a sua responsabilidade, o Santander foi obrigado a reconhecer a existência do problema que consiste na falta de autonomia do médico do trabalho. O profissional é orientado a seguir um fluxo de atendimento que consiste em, antes de considerar o trabalhador "inapto", entrar em contato com o médico coordenador do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) do Santander.

Esse fluxo está expresso em formulário da empresa Micelli Soluções em Saúde Empresarial e é preenchido pelo profissional de saúde no momento da avaliação. O problema também acontece em exames demissionais.

> Clique aqui para ver o prontuário da Micelli.

http://www.contrafcut.org.br/download/Arquivo/1412162289.pdf

"O Santander disse que esse fluxo de inaptidão irá acabar, com a Micelli ou com qualquer outra empresa que porventura seja contratada. De acordo com o banco, já foi apresentado um comunicado a essa empresa no sentido de deixar claro que os médicos têm autonomia nos diagnósticos", relata a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Vera Marchioni.

Comunicado

O banco se comprometeu a enviar esse comunicado aos sindicatos, que o disponibilizarão nos sites para que os trabalhadores se apoderem do documento. "A ideia agora é que o trabalhador imprima o comunicado e se municie. Se o médico não olhar os exames que o bancário levar, e se houver qualquer coisa que indique que o profissional está obedecendo ordens e não diagnosticando com imparcialidade e ética, o bancário deve entrar em contato com o Sindicato", afirma Vera.

Nova reunião ocorrerá na segunda quinzena de janeiro, quando os representantes dos bancários voltam a avaliar as medidas. Na ocasião, o banco apresentará um programa - já implantado unilateralmente, sem a participação dos empregados - de retorno ao trabalho denominado Retorne Bem.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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