15 de Setembro de 2008 às 12:23
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São Paulo – Agora não tem mais desculpa. O Santander já está com todas as reivindicações dos bancários, inclusive detalhadas durante a negociação de quinta-feira, dia 11. Os funcionários querem respostas imediatas para o fim das demissões e participação em todo processo de fusão, entre outras questões.
Na reunião com os diretores de RH Gilberto Trazzi, do Santander, e Jerônimo Tadeu dos Anjos, do Real, representantes dos trabalhadores levaram para mesa de negociação a preocupação dos bancários dos dois bancos, que estão inseguros em relação ao futuro quando se trata de direitos e emprego.
As reivindicações reforçadas durante as negociações foram: que todo o processo de fusão deve ser negociado com o setor sindical, transparência nas informações repassadas ao movimento sindical, que os acordos e direitos trabalhistas sejam mantidos, fim das demissões e terceirizações, manutenção dos planos de saúde e previdência e a criação de um centro de realocação, onde se possa identificar vagas que sejam reaproveitadas pelos funcionários em áreas redundantes.
A direção das duas instituições comprometeu-se a manter o diálogo com o movimento sindical com transparência, além de respeitar os acordos, mas se omitiu em relação a garantia ao emprego e direitos.
O funcionário do Real e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Marcelo Gonçalves, que participou da negociação, destaca que as mudanças estão ocorrendo em ritmo acelerado e sem a efetiva participação do movimento sindical, o que vai na contramão do discurso do presidente do Santander , Fábio Barbosa que disse que nada muda para os funcionários. “Devido ao ritmo das mudanças, a direção do Santander precisa dar uma resposta rápida para o movimento sindical em relação à garantia de empregos e direitos. É importante que os bancários mantenham a mobilização e acompanhem o resultado das negociações”, reforça.
A funcionária do Santander e diretora do Sindicato paulistano, Rita Berlofa, que também participou da reunião desta quinta-feira, lembra que na Europa os trabalhadores já tiveram resposta. “É fundamental que o banco sinalize positivamente para os bancários que não haverá demissão e nem corte de direitos como aconteceu na Europa. Isso garantiria a tranqüilidade para o funcionário que precisa continuar o seu trabalho e ainda seguiríamos no sentido de construir uma relação boa para todos. A vinda do presidente mundial do Santander, Emilio Botin prevista para o fim de outubro, quando ele anunciará um plano estratégico para o Brasil, é uma boa oportunidade para divulgar um acordo que contemple as necessidades dos trabalhadores brasileiros do Grupo Santander Brasil”, lembra a dirigente sindical.
A próxima negociação entre os representantes do dois bancos e os trabalhadores acontece no dia 26 de setembro.
Carlos Fernandes, do Seeb/SP