28 de Outubro de 2025 às 14:53

“Bet da Caixa” ameaça papel social do banco, alerta Fenae

Banco Público

Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Diante dos rumores de que a Caixa Econômica Federal pretende lançar uma plataforma de apostas esportivas, a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) manifestou-se contrariamente à proposta e alertou para os graves impactos sociais que a “bet da Caixa” pode causar na população, sobretudo capaz de estimular a compulsão e aprofundar o endividamento de milhões de brasileiros.

Na avaliação da entidade, a entrada da Caixa nesse mercado representa um desvio preocupante de sua missão social. “O papel da Caixa é promover o desenvolvimento social, financiar a casa própria, fomentar políticas públicas e atender a população mais vulnerável. Essa medida vai na direção oposta da sua história”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

Para Takemoto, o vício em jogos é uma questão de saúde pública e que o incentivo a esse tipo de prática pode aprofundar a crise de endividamento que atinge milhões de famílias brasileiras. “Já temos uma parcela expressiva da população comprometendo boa parte da renda com dívidas e apostas. A criação de uma ‘bet da Caixa’ pode agravar esse cenário”, reforçou.

Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, revelou que 63% de quem aposta no país teve parte da renda comprometida com as bets. Outros 19% pararam de fazer compras no mercado e 11% não gastaram com saúde e medicamentos.

Segundo relatório divulgado pelo Banco Central em setembro, 24 milhões de brasileiros fizeram ao menos uma aposta desde janeiro. A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos e gasta cerca de R$ 100 por aposta. Este valor sobe de acordo com a idade. Brasileiros acima de 60 anos gastam uma média de R$ 3 mil em bets. Os dados foram divulgados pelo UOL.

“Não é papel de um banco público incentivar esse tipo de jogo. A Caixa é patrimônio do povo brasileiro e deve continuar a ser instrumento de inclusão e justiça social, não de especulação e risco”, destacou o presidente. “O país precisa de uma Caixa fortalecida e voltada para o bem-estar coletivo, e não de uma instituição que siga a lógica do mercado, buscando lucro a qualquer custo”, completou Takemoto.

Por: Fenae (com informações do SPBancários)

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