22 de Dezembro de 2021 às 11:06
Impasse
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O desrespeito da atual gestão da Caixa Econômica Federal contra os empregados aparece em cada atitude do banco. Vai desde as flexões ordenadas pelo seu presidente, Pedro Guimarães, aos funcionários durante evento público, passa pela extinção da Vice-Presidência e da Gerência de Filial de Pessoas (Vipes e Gipes), chegando até à tentativa de só aceitar negociar o acordo de teletrabalho caso nele estejam previstas também regras para banco de horas, apesar dos dois assuntos não terem necessariamente ligação entre si, sendo que o não pagamento de horas extras traz prejuízos evidentes para o bolso e a saúde dos empregados.
Esta exigência vem causando impasse e travando as negociações. Rogério Campanate, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), argumenta que a Caixa está se aproveitando da necessidade de fixar regras para quem está em home office, para impor perdas aos empregados.
“Esta discussão não tem o menor sentido, até porque o atual acordo específico, em vigor até 31 de agosto de 2022, tem cláusula prevendo o pagamento das horas extras com acréscimo de 50%, caso não haja compensação por folga após um mês. O banco quer rebaixar este acordo, implementando um banco de horas com vários meses para compensação, ou seja, substituindo o pagamento da hora extra (com 50% a mais) pela compensação por uma hora ordinária. Isto, não podemos aceitar”, frisou.
Outro impasse é em relação ao registo de ponto de quem está trabalhando virtualmente. O banco quer estabelecer que o controle seja facultativo, mediante negociação entre o gestor e o empregado. A CEE não aceita esta proposta. Rogério lembrou que o ponto facultativo não dá garantias ao trabalhador. “Enquanto a gente não encontrar uma forma de garantir ao empregado que a opção é realmente dele, vamos nos manter contrários ao registro de ponto facultativo”, ressaltou.
Frisou ser importante que todos os empregados compreendam que o urgente é negociar as normas de teletrabalho. “Querem discutir banco de horas num momento em que as pessoas estão adoecendo em razão da sobrecarga e não dão retorno às reivindicações relativas a condições de trabalho. Compensação sobrecarrega quem fica na unidade. O que os empregados e a sociedade precisam é de mais contratações”, argumentou.
Os dirigentes sindicais estão visitando as unidades para debater o assunto e tirar dúvidas. “As visitas são, também, uma forma de mobilizar para o Dia Nacional de Luta, em 12 de janeiro, em defesa da Caixa e dos empregados. A data foi escolhida, porque, nela, o banco completa 161 anos de existência.
Fonte: SEEB Rio
Link: https://seebcgms.org.br/caixa-economica-federal/caixa-quer-impor-banco-de-horas-no-acordo-sobre-teletrabalho/