Caixa Econômica Federal

Na semana passada, a Fenae encaminhou ofício ao presidente da Funcef, Carlos Antônio Vieira Fernandes, solicitando informações sobre as condições gerais das negociações que envolvem a empresa JBS, controladora de 80,9% da Eldorado Celulose Brasil, companhia da qual a Funcef, junto com a Petros, detinha até o fim do ano passado 17,06% das ações e que foi denunciada dentro da Operação Lava-Jato.

Até o momento, nada foi divulgado sobre o assunto pela própria Fundação, embora o noticiário da grande imprensa dava como certo o fato de que a Funcef havia vendido todas as suas ações da JBS. De acordo com a informação divulgada, o fundo de pensão dos empregados da Caixa lucrou, com a operação, R$ 321 milhões em relação ao investimento inicial, feito em 2009.

A Eldorado Brasil opera uma fábrica de celulose em Três Lagoas (MG), que entrou em atividade em 2012 após investimentos de R$ 6,2 bilhões. Do total desse montante, a Funcef e a Petros entraram com R$ 550 milhões. Laudo independente emitido em 2015, porém, revela que a participação atualizada dos dois fundos de pensão no empreendimento era de R$ 3 bilhões, que representava até então seis vezes o valor investido inicialmente.   

Na correspondência à Funcef, a Fenae pede esclarecimentos ainda sobre as razões que levaram a uma negociação dessa natureza e o efetivo retorno obtido com a operação. “Os principais interessados não foram consultados e essa falta de transparência preocupa. Diante disso, e considerando o grande número de questionamentos do pessoal da Caixa, é essencial que os participantes e assistidos sejam devidamente esclarecidos a respeito, para que eventuais dúvidas não provoquem um clima de incertezas sem justificativas plausíveis”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Fonte: Fenae