28 de Novembro de 2025 às 08:27

Lucro da Caixa cresce 50,3% no 3º trimestre de 2025

Caixa

O lucro líquido contábil da Caixa Econômica Federal alcançou R$3,8 bilhões no 3º trimestre de 2025, resultado 15,4% maior que o registrado no mesmo período de 2024 e 2,2% acima do obtido no 2º trimestre deste ano. No acumulado de janeiro a setembro, o banco público já soma R$13,5 bilhões, um avanço expressivo de 50,3% frente aos nove primeiros meses de 2024. O desempenho positivo também aparece no lucro líquido recorrente, que chegou a R$12,7 bilhões no período, crescimento de 34,7% em relação ao ano anterior. A margem financeira cresceu 14% na comparação anual do trimestre e os ativos totais chegaram a R$2,2 trilhões.

Comparação com outros bancos

A Caixa segue registrando lucros elevados ao longo de 2025. Apenas a título de comparação, grandes bancos privados, como Itaú, Bradesco e Santander, tiveram resultado moderado no 3º trimestre, inferior ao salto observado pela Caixa no período.

Enquanto o Itaú manteve a liderança do setor com lucro ainda robusto, mas crescendo a taxas menores, e o Bradesco continuou tentando recuperar margem após trimestres mais difíceis, a Caixa apresentou desempenho superior em ritmo de expansão e impacto social, especialmente em crédito imobiliário, saneamento e infraestrutura, áreas nas quais os bancos privados não têm a mesma participação.

Crescimento com contradições

Apesar dos resultados recordes, a realidade para quem trabalha no banco é outra. Segundo o próprio relatório, a Caixa encerrou setembro de 2025 com 84,3 mil empregados, número que, embora ligeiramente maior que o registrado em 2024, ainda representa uma queda de quase 20 mil postos de trabalho em relação a 2014, quando o banco tinha mais de 101 mil trabalhadores.

Outra contradição é com relação à redução dos postos de atendimento. O banco encerrou setembro com 49 unidades a menos em 12 meses. Nos últimos três meses encerrados em setembro, são 41 agências a menos.

Essa redução contínua do quadro de pessoal e do número de agências contrasta com o aumento das operações, da carteira de crédito, das funções sociais que o banco executa e do número de clientes, hoje mais de 156 milhões. O resultado é o que os sindicatos denunciam há anos: sobrecarga, adoecimento e pressão por produtividade.

“A Caixa apresenta lucro crescente, mas isso acontece à custa de um quadro de pessoal cada vez mais reduzido e de trabalhadores exaustos. Não há como sustentar resultados assim sem valorização e recomposição do efetivo. Quem garante o atendimento à população é o empregado da Caixa, e isso precisa ser reconhecido”, afirma Felipe Pacheco, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

“Garantir acesso aos serviços financeiros e sociais é uma responsabilidade estratégica da Caixa. Como banco público, temos papel essencial na execução das políticas sociais do Governo Federal, o que exige presença física em todo o país. Por isso, o fechamento de agências precisa ser analisado com cautela, considerando nossa missão e o perfil dos clientes, muitos sem acesso à internet, nem condições de adquirir um smartphone. Não somos um banco privado. Nossa atuação é diferente e deve assegurar atendimento à população, inclusive nos locais mais remotos, independentemente do retorno financeiro imediato”, ressaltou a Conselheira Eleita no Conselho de Administração da Caixa, Fabiana Uehara.

Uma pauta urgente

Os resultados mostram que as despesas administrativas do banco seguem praticamente estáveis, sem aumento real no ano. O contingenciamento histórico da Caixa inclui também o teto de gastos com a saúde do quadro de pessoal, limitado a 6,5% da folha, uma trava estatutária que os trabalhadores denunciam como injusta e insuficiente para garantir a manutenção do Saúde Caixa em equilíbrio.

“Acabamos de obter uma grande vitória, que foi conquistar o reajuste zero nas mensalidades do Saúde Caixa, mas esta foi apenas uma etapa. Para nós a luta não acabou. É preciso que a Caixa extinga o teto de 6,5% para que seja possível retomar o formato de custeio 70/30”, observou o diretor e representante da Contraf-CUT na CEE/Caixa, Rafael de Castro.

A proposta de retirar o teto do estatuto social vem sendo amplamente defendida pela Contraf-CUT, pela Fenae e pelas entidades representativas.

“Se o banco cresce, o Saúde Caixa também precisa crescer. Não é aceitável que um limite imposto no estatuto comprometa a saúde de quem sustenta o funcionamento da instituição. A retirada do teto é fundamental para proteger trabalhadores da ativa, aposentados e suas famílias”, completou o diretor da Contraf-CUT.

Crédito e papel social reforçados

A Caixa também reforçou sua atuação no crédito imobiliário, mantendo liderança com 67,1% de participação no mercado, além de registrar aumento no crédito comercial para pessoas físicas e jurídicas. No trimestre, foram R$ 185,1 bilhões em concessões de crédito, 13,3% a mais que no mesmo período de 2024.

Com forte presença no Programa Minha Casa, Minha Vida, no Novo PAC e nos pagamentos de benefícios sociais, o banco reafirma sua função essencial como instituição financeira pública, algo que só se fortalece com trabalhadores valorizados e condições adequadas de atendimento.

Valorização já!

Para o coordenador da CEE/Caixa, os números de 2025 confirmam que a Caixa tem desempenho sólido e sustentável, mas reforçam a urgência de investimentos em pessoal, saúde, condições de trabalho e contratação de novos empregados.

“A Caixa é indispensável para o Brasil. Mas para continuar sendo indispensável, precisa cuidar de quem faz o banco acontecer todos os dias: os empregados e empregadas. Lucro não pode caminhar separado de valorização”, conclui Felipe Pacheco.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise, ambos elabarodos pelo Dieese.

Por: Contraf


 

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