25 de Fevereiro de 2022 às 09:03
Lucro
Foto: SPBANCÁRIOS
A Caixa divulgou seu balanço anual nesta quinta-feira 24. O banco público teve lucro líquido de R$ 17,3 bilhões em 2021, um aumento de 31,1% em relação a 2020. Segundo a Caixa, o resultado foi impactado pelo aumento na margem financeira (15,3%) – consequência, sobretudo, da alta nas receitas das operações de crédito (10,02%) –, em receitas de prestação de serviços e tarifas (1,7%) e da redução de 0,7% em despesas de provisão para perdas associadas ao risco de crédito. Mas é fundamental mencionar que boa parte desse lucro - cerca de R$ 7,2 bilhões, ou 41,7% do lucro líquido – provém de eventos não recorrentes e da venda de ativos rentáveis, como, por exemplo, as ações do Banco Pan e da Caixa Seguridade.
“A direção anuncia lucro recorde sem deixar claro que boa parte dele é resultado de venda de ativos. É como ter uma padaria e comemorar com a venda de um dos fornos, não de um volume maior de pães. O dinheiro entra, mas a tendência é que ela feche as portas em breve. Só que a Caixa não é dessa direção, é dos empregados e de todo o povo brasileiro. Só com resistência eles vão passar e nós ficaremos!”, disse Tamara Siqueira, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
O balanço mostra ainda que o banco teve saldo positivo de empregos em 2021. A Caixa encerrou o ano de 2021 com 86.004 empregados, o que representa aumento de 4.059 postos de trabalho em doze meses. Esse crescimento, contudo, atende à ordem judicial de convocação de aprovados em concurso realizado em 2014, após importante atuação do movimento sindical, por meio da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
É importante lembrar também que essas contratações, que a Caixa realizou obrigada pela Justiça, repõem apenas em parte o maior quantitativo de empregados que a Caixa já teve (100.677, no ano de 2014), além de permanecer distante do quantitativo prometido pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, em julho de 2021, quando anunciou “Vamos contratar 10.000 pessoas”.
O número de agências se manteve estável, enquanto foram abertos 109 postos de atendimentos, 239 unidades Caixa Aqui e 366 lotéricas. Por fim, a Caixa registrou incremento de aproximadamente 369 mil novos clientes.
O lucro líquido da Caixa no quarto trimestre de 2021 foi de R$ 3,218 bilhões, aumento de 0,3% em relação ao do terceiro trimestre de 2021 (R$ 3,207 bilhões).
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 16,9% com crescimento de 1,7 ponto percentual.
A Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 10,2% em relação a 2020, totalizando R$ 867,6 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 18,9% em relação a 2020, totalizando R$ 107,6 bilhões.
No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 10,2%, totalizando R$ 79,4 bilhões. Com saldo de R$ 557,6 bilhões e participação de 64,3% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 9,2%, em 2020. As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 1,2% em doze meses, totalizando R$ 91,6 bilhões.
O crédito rural cresceu 113,6%, totalizando R$ 16,5 bilhões em 2020. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 1,95%, com incremento de 0,22 ponto percentual na comparação com o ano anterior.
As provisões para perdas associadas ao risco de crédito tiveram um decréscimo de 0,71% no período, totalizando R$ 11,1 bilhões.
As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias aumentaram 1,69% em doze meses, totalizando R$ 23,9 bilhões. O crescimento é explicado, principalmente, pelos incrementos de 1,86% em serviços de governo, de 51,9% com receitas de operações de crédito e de 497,7% em seguros. Já as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, cresceram 2,7% em doze meses, totalizando R$ 25,1 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 95,3% no ano.
Fonte: SP Bancários
Link: https://seebcgms.org.br/caixa-economica-federal/lucro-recorde-da-caixa-em-2021-e-resultado-do-fatiamento-do-banco-pelo-governo/