9 de Agosto de 2024 às 14:51

Representação dos empregados pede que Caixa pague substitutos de função

Caixa

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal cobrou, na quarta-feira (7), durante reunião de negociação para renovação do Acordo Coletivo, a chamada “substituição em cascata”, nos casos de colegas que precisem cobrir as tarefas daqueles que precisarem se afastar temporariamente. E que sejam pagas as devidas gratificações das funções para todos os empregados que integrem a cadeia de substituições e ocupem as mencionadas funções.

“A pessoa que exerce uma função tem que receber pela função exercida. E quem a substitui tem que receber também. Mas existe um bloqueio que impede a substituição em cascata”, disse o representante da Fetec-PR, Felipe Pacheco. “A Caixa alega que tem que haver um mínimo de dias trabalhados na função para poder receber por esta função, mas quando é do interesse dela, consegue até pagar por minuto exercido”, disse, fazendo referência aos pagamentos para quem exerce função de tesoureiro e caixa minuto.

A Caixa disse que vai estudar a possibilidade da substituição em cascata, com o devido pagamento aos colegas.

Bônus

A CEE também reivindicou o reconhecimento do trabalho de todas as empregadas e empregados no pagamento do Bônus Caixa. “Há anos são feitos regulamentos para o Bônus Caixa sem a participação da representação dos empregados. Queremos trazer esse debate para a mesa”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE, Rafael de Castro. “Não queremos tirar de quem já recebe, mas é ruim quando um setor é privilegiado. Se todo mundo participa do resultado, todos devem ser reconhecidos”, completou, ao acrescentar que é preciso amadurecer este debate para responder ao pedido que é feito em toda a rede de agências. 

“A forma de atingimento de metas dos gerentes gerais é, via de regra, reunir toda a equipe e dividir a meta. Eles envolvem todos os empregados na busca dessa meta. É o que ele chama de equipe”, disse o representante da Fetrafi-SC, Edson Heemann. “Quando a meta é alcançada, é sempre com a contribuição de todos. Não apenas das gerências. Nada mais justo que todas as pessoas que trabalham para atingi-la também recebam parte do bônus”, completou.

O coordenador da CEE observou que, a partir do momento em que foi instituído o pagamento do Bônus Caixa, houve um aumento do adoecimento mental dos trabalhadores. “A Caixa diz que o Bônus é pago somente às gerências pois trata-se de uma forma de promover lideranças sustentáveis. Mas o que percebemos é o aumento do adoecimento mental a partir de 2017, exatamente no ano em que o Bônus Caixa passou a ser pago”, disse Rafael.

Segundo o coordenador da CEE, as reclamações nas agências é que os gerentes pressionam a equipe para cumprimento da meta para que ele receba a premiação. “As pessoas são pressionadas a cumprir uma meta sem que isso lhes traga qualquer benefício. Isso não tem nada de liderança sustentável”, disse. “Como explicar para as empregadas e empregados que eles têm que aceitar a pressão pelo cumprimento de uma meta que não lhes trará nenhuma premiação? Se todos contribuem com o resultado, todos precisam ser reconhecidos”, continuou o coordenador da CEE. 

Rafael também lembrou que, na reunião passada, a CEE reivindicou a equiparação da remuneração dos Gerentes Executivos de Varejo com os Gerentes de Rede e dos Gerentes de Varejo com os Gerentes de Carteira, e que isso inclui o pagamento do porte.

Transferências

Os empregados também reivindicaram que a Caixa crie um plano permanente de realocação de pessoas e que sejam observados os pedidos de transferências registrados no Movimenta.Caixa, antes das contratações de novos empregados aprovados no último concurso público. “Mas, com relação ao Movimenta.Caixa, é preciso haver a possibilidade para que, de fato, seja observado o interesse. Porque, no dia a dia, o que acontece é que isso não é observado e o gestor escolhe quem será transferido”, disse o representante da Fetrafi-MG, Lívio Santos. 

Lucas Cunha, da Fetrafi-RS, reforçou o pedido, ao explicar que é preciso que existam critérios e formas pré-estabelecidas para as transferências e que elas sejam feitas com transparência.

“Nos casos de vacância de função, é preciso que o Movimenta.Caixa ‘saia da prateleira’ e seja efetivamente utilizado. É uma boa ferramenta, mas as pessoas registram seu interesse e ficam esperando. Não conseguem e assistem outras pessoas ocupando a vaga que gostariam”, ressaltou o representante da Feeb-SP/MS, Tesifon Quevedo Neto.

Os empregados também citaram problemas que estão acontecendo no processo de reestruturação da Caixa, com a transformação de agências físicas em digitais e o fechamento de algumas unidades.

“A Caixa disse que os empregados das unidades atingidas poderiam se inscrever para dizer qual sua preferência de lotação; que haveria prioridade para pais e mães de pessoas com deficiência. Mas, ao que nos parece, as superintendências não acessam o Movimenta.Caixa e estas prioridades precisam ser observadas. As transferências e lotações não podem ficar apenas nas mãos e seguir critérios pessoais dos gestores. Precisamos que haja uma ferramenta perene, que não deixe as transferências à critério dos gestores”, explicou a representante da Fetec-SP, Vivan Sá.

Sobre as transferências que estão acontecendo devido à reestruturação da Caixa, Vivian também lembrou da necessidade de garantia de manutenção da função e da devida remuneração. “A Caixa garantiu que ninguém seria prejudicado com a perda de função”, lembrou.

Endividamento

Também foram cobradas soluções para o endividamento dos trabalhadores e que o banco aplique a menor taxa que é concedida pelo banco para os empregados da ativa e aposentados nos casos de empréstimos consignados.

“Estamos preocupados com o endividamento e superendividamento dos empregados da ativa e aposentados. Quando inserimos no nosso ACT a menção de que a taxa a ser cobrada dos empregados era de nível 5, esta era a menor taxa aplicada pelo banco. Mas, hoje sabemos que o banco oferece taxas menores para outros segmentos de clientes. Temos que melhorar a redação da cláusula no ACT para deixar claro que a taxa para os empregados tem que ser a menor que pode ser oferecida”, observou o coordenador da CEE.

Outras questões

Funcef: A CEE voltou a cobrar que a discussão da proposta para o equacionamento dos déficits do plano REG/Replan, da Funcef, seja feita em mesa de negociações com a representação dos empregados participantes dos planos.

PLR Social de 2020: A representação dos empregados também cobrou solução para o pagamento a menor da PLR Social de 2020. O coordenador da CEE informou que, das 24 ações judiciais coletivas que pleiteiam a correção do valor sob responsabilidade do escritório jurídico que assessora a CEE, 13 já têm decisões favoráveis aos trabalhadores, inclusive algumas com sentença final, transitada em julgado. “Vamos resolver isso em mesa de negociação e acabar com esse problema?”, questionou.

Gipes e Repes: A representação dos empregados cobrou a rápida estruturação das Gipes e Repes, para que elas possam, o mais rápido possível, começar a desempenhar sua função e, desta forma, sejam solucionados problemas regionais que prejudicam o dia a dia de trabalho e a qualidade de atendimento do Saúde Caixa.

Mobilização

“O banco tem acolhido nossas reivindicações e dito que podem ser estudadas soluções, mas ainda não trouxe nada de concreto para que a gente possa apresentar para o conjunto das empregadas e empregados”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE, Rafael de Castro. “A promessa era a de que no início de agosto as devolutivas sobre nossas reivindicações nos seriam apresentadas. Esperamos que na semana que vem sejam trazidas as respostas”, completou.

Na mesa única de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), as respostas dos bancos não têm sido tão diferentes e a representação sindical dos trabalhadores já agendou para o dia 12 de agosto (segunda-feira), um dia de mobilização nacional para cobrar respostas satisfatórias às reivindicações da categoria. “A orientação é para que as empregadas e empregados participem ativamente das atividades e estejam mobilizados para cobrar respostas da Caixa e da Fenaban”, orientou Rafael de Castro.

Por: Contraf


 

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