20 de Setembro de 2012 às 12:42

Presidenta do Sindicato dos Bancários usa tribuna da Câmara para defender o direito à Greve

Greve

A presidenta do SEEB-CG usa tribuna da Câmara dos Vereadores de Campo Grande

A presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande  e Região, Iaci Azamor Torres, fez uso da tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (20), a convite do vereador Alex do PT. A presidenta usou a tribuna para defender o direito à greve e esclarecer aos vereadores e à sociedade os motivos que levaram a categoria à paralização.

Iaci afirmou que os bancários estão tentando uma negociação justa com os bancos desde o início da Campanha Nacional 2012 e expos algumas das motivações pelas quais os bancos tem de ser pressionados, tanto pelos bancários, quanto pela sociedade e pelo poder público. Segundo Iaci, os bancos são, dentre outros setores, um dos que mais discriminam. “Os bancos são os que mais cometem o ‘pecado’ da discriminação. Não se veem negros trabalhando nos bancos, não se veem deficientes.  Em relação às mulheres, dificilmente se vê uma mulher em cargos mais elevados nos bancos . Como eu consegui passar em um concurso de um banco público eu ainda mantenho meu emprego”, afirmou a presidenta. Outro fator de discriminação segundo Iaci é a idade.

 Iaci afirmou que a greve também serve para pressionar os bancos para dar melhores condições de segurança, tanto para bancários, quanto para clientes. Ela lembrou-os dos últimos incidentes com os correspondentes bancários, que tem um serviço precário, bem como sua segurança e a dos clientes por eles atendidos. “Cada vez mais os bancos empurram os clientes para os correspondentes, que apesar de trabalhar como bancários, não tem os mesmos direitos, nem mesmo a mesma segurança”.

Ela afirmou ainda que, apesar do lucro dos bancos ter sido recorde mais um semestre, os mesmos se negam a negociar melhorias para funcionários e clientes: “Os bancos só pensam em lucros, lucros e lucros. Os bancos em média tiveram mais de 20% de aumento no lucro e provisionaram mais de 30% deste para devedores duvidosos. Somente um banco, provisionou mais de 60% em PDD”, afirmou Iaci.

A presidenta lembrou ainda da diferença de salário de um bancário no Brasil e em outros países do Mercosul: “No Brasil o piso salarial do bancário é de 600 dólares, enquanto no Uruguai é de mil dólares. Estamos pedindo aos banqueiros que adotem o piso do Dieese que é de R$2400”.

Ela afirmou na tribuna que a luta dos bancários não vai onerar os caixas dos bancos afinal, “somente um executivo do Banco do Brasil custa mais de R$1 milhão por ano os cofres da instituição. Já um funcionário custa pouco mais de R$30 mil/ano”.

Após a fala da presidenta, os vereadores Athayde Nery do PPS, Alex do PT e Herculano Borges do PSC, comentaram o uso da tribuna. Para Athayde Nery, há um dado perverso na economia brasileira: “Temos no Brasil os juros mais altos do planeta. Temos que lutar para a diminuição de tarifas e juros. Isso é agiotagem oficial”. O vereador ressaltou que a luta dos bancários é, em suas palavras, heroica.

Já o vereador Herculano Borges afirmou que o momento “é de parar e cobrar”. Ele lembrou que a Câmara de Campo Grande aprovou recentemente projetos que vão ao encontro do que está sendo exigido pelos bancários, como por exemplo, os tapumes entre os caixas e a fila, que diminuiu o crime da saidinha de banco, aliado à lei que obrigou os bancos da capital a instalarem câmeras de vigilância fora da agência. O vereador lembrou ainda que a FEBRABAN entrou na justiça contra a Câmara pela aprovação das duas leis.

Já o vereador Alex do PT destacou a importância de o Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região ter a primeira mulher como presidenta da instituição. O vereador destacou ainda que a desigualdade no Brasil está sendo combatida, mas que os bancos não estão participando deste processo. “Parece que vivemos em tempos de Apartheid. Não se vê negros nos caixas dos bancos, menos ainda nas gerências”. Ele afirmou ainda que a luta dos bancários é justa, afinal “os banqueiros tem que parar de tirar seus lucros em cima do sangue, suor e sacrifício das pessoas”. 

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