3 de Outubro de 2014 às 15:00

Terceiro dia da greve dos bancários completa com 110 agências paralisadas no MS

Convocados pela CUT e Contraf, protestos acontecem em 10 capitais brasileiras contra propostas eleitorais de autonomia do Banco Central.

Escrito por: Sérgio Souza Júnior com CUT e CONTRAF


Na manhã desta quinta-feira (2), foi dado início ao terceiro dia da Greve dos Trabalhadores Bancários em todo o país.

No Mato Grosso do Sul, já são cento e dez (110) agências fechadas, sendo que trinta e nove (39) delas são em municípios do interior do estado, como Anastácio, Aquidauana, Jardim, Glória de Dourados, Itaporã, Douradina, Deodápolis e Dourados. Nesta última cidade citada, a paralisação é de 100%, são vinte e oito 28 unidades bancárias em greve, entre agências e postos de atendimento.

Para Iaci Azamor, Presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e   Região a greve está tendo um bom apoio na categoria, “entramos no terceiro dia da greve com um crescimento de adesões, este é um importante sinal que reflete a indignação dos bancários com o seu dia-a-dia, a pressão de metas abusivas, a não contratação de mais funcionários e também reflete esse silencio da Fenaban, que até o momento não se pronunciou, que ainda não fez uma oferta mínima, que seja suficiente para que o bancário se sinta reconhecido pelo seu trabalho”.

 Segundo Ronaldo Ferreira, Diretor de Políticas Sindicais do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, “a expectativa da greve é de que vamos continuar ampliando cada vez mais para as cidades da região. Começamos por Dourados e agora já conseguimos paralisar agências em mais quatro (4) municípios. Os trabalhadores não estão contentes, houve uma mesa de negociação do sábado, os banqueiros apresentaram 0,90% de aumento de real, ou seja, 7,35% de reajuste. Isso para nós é muito baixo, por isso já rejeitamos na mesa esta proposta na mesa nacional e a nossa Confederação Nacional, a Contraf já protocolou pedido de reunião com os banqueiros, estamos aguardando uma contraproposta, enquanto isso a greve continua”.

 Juntando com os postos e departamentos internos da estrutura bancária já são mais de cento e cinquenta 150 unidades bancárias com o trabalho paralisado no Mato Grosso do Sul. Já no país, segundo levantamento da CONTRAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) filiada à CUT, são quase oito (8) mil agências fechadas em todo o país.

Protesto Nacional

A Central Única dos Trabalhadores junto com a CONTRAF convocaram para esta quinta-feira, um grande protesto nacional, nas cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre Recife, Fortaleza e Belém, que tem sede do Banco Central, contra as propostas eleitorais que defendem a autonomia do Banco Central.

Segundo Vagner Freitas, bancário e Presidente Nacional da CUT, “é lamentável, após 12 anos tendo os Bancos Públicos e o Banco Central como instrumentos da política econômica articulada com a política de desenvolvimento e de inclusão social, responsáveis por programas como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o Minha Casa Minha Vida, aparecerem candidatos que assumem as bandeiras neoliberais gestadas pelos bancos privados e pela Fenaban. É preciso fazer essa discussão com a sociedade, nesse momento decisivo”.

Defesa dos bancos públicos

O Comando Nacional dos Bancários também defende a ampliação do papel das instituições financeiras públicas, ao contrário do que pregam os bancos privados e alguns candidatos à Presidência da República. Enfraquecê-las, significaria abrir mão de um poderoso instrumento de fomento de políticas públicas.

Na crise de 2008, enquanto os bancos privados fecharam as torneiras e encareceram o crédito, BB, Caixa, BNDES, BNB e Banco da Amazônia ampliaram a participação na oferta de crédito, saltando de 36% para 51% entre janeiro daquele ano e dezembro de 2013, o que manteve o mercado de consumo aquecido e gerando empregos - reduzindo os efeitos negativos da crise.

"Agora, os bancos privados, paladinos do livre mercado, querem usar o Estado para reduzir o papel dos bancos públicos. Essa redução, combinada com o fim do crédito direcionado, significaria a extinção dos financiamentos a juros mais baixos da agricultura familiar, dos programas de moradia como Minha Casa Minha Vida, do microcrédito e das obras necessárias de infraestrutura de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, geração e transmissão de energia", alertou ontem (1) Carlos Cordeiro Presidente da Contraf-CUT.

"Por isso tudo os trabalhadores do sistema financeiro vão às ruas nesta quinta-feira. Queremos dialogar com a população sobre os riscos que o país corre se essa agenda dos bancos for implementada e mostrar que, ao contrário, o Brasil precisa de mais desenvolvimento, mais e melhores empregos e distribuição de renda", conclui.

“O BC tem de ter autonomia, inclusive contra os ataques do sistema financeiro e isso só é possível se o governo continuar responsável e, sobretudo, se a instituição continuar a prestar contas de suas ações com votações públicas, divulgação das atas de suas reuniões, explicando para a sociedade porque tomou cada uma das decisões. Os dirigentes do BC não podem se desviar dos objetivos traçados pelo governo e, se falharem na perseguição desses objetivos, devem ser passíveis de punições. Sem isso seria impossível corrigir a direção, reparar os possíveis erros”, destacou o presidente da CUT, Vagner Freitas, em artigo publicado no último dia 22.

Freitas cobrou ainda uma maior abertura do BC para que as entidades representativas trabalhadores também possam participar das decisões e não apenas a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).  Em 2005, a CUT entregou uma proposta para democratizar o Conselho Monetário Nacional (CMN). Nosso programa exige mais democracia participativa; o de Marina, prega menos democracia.

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