29 de Setembro de 2015 às 19:26

Presidente do SEEB-CGMS, Edvaldo Barros é entrevistado na Rádio Difusora Pantanal

Campanha Nacional Unifica 2015

Andréia Cercarioli

O presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Edvaldo Barros foi convidado pelo jornalista e apresentador B de Paula Filho para participar ontem, 29 de setembro, do Programa Boca do Povo para esclarecer as dúvidas sobre a Campanha Nacional Unificada 2015 e sobre a deflagração de greve que deve iniciar dia 06 de outubro, por tempo indeterminado em todo país.

Edvaldo também frisou que a população é diretamente afetada pelo descaso dos banqueiros, que demitem e colocam máquinas para atender os clientes, além da proposta apresentada pela Fenaban, de 5,5% de reajuste mais R$ 2.500,00 de abono, não incorporado ao salário, significa perda real de 4% para os salários e demais verbas da categoria, já que a inflação acumulou 9,88% (INPC).

Rádio Difusora – Como é que vai ficar Campo Grande que já está em uma situação caótica por conta da política, e agora com uma iminente deflagração da greve dos Bancos?

 

Edvaldo Barros Infelizmente os banqueiros, a classe neo setor que mais lucra nesse país, que é o sistema financeiro, leva a categoria a decidir pela greve. Embora seja o seguimento econômico que mais cresce no Brasil, que mais ganha, os banqueiros, infelizmente, na hora de reconhecer o trabalho da categoria e melhorar as condições de atendimento para os clientes, 'tapam' os olhos como se estivesse tudo a mil maravilhas.

Rádio Difusora – Analisando os lucros dos bancos, fica mais que evidente que o Brasil sempre foi uma mãe para os banqueiros, ou seja, praticamente o único pais onde eles se dão muito bem.

Edvaldo Barros – Exatamente. Hoje a lucratividade que existe no sistema financeiro brasileiro é um dos maiores do mundo, inclusive na América do Sul. Outros países, por exemplo, que talvez seja economicamente inferior ao Brasil, não tem essa rentabilidade que existe aqui no sistema financeiro.

Rádio Difusora – Qual é o percentual de aumento que a categoria está reivindicando, e quanto os banqueiros ofereceram?

Edvaldo Barros – Nós estamos reivindicando 16% de reajuste, no entanto, foi oferecido 5,5%. Agora, nós não estamos reivindicando apenas as cláusulas econômicas, temos uma luta em várias outras reivindicações. Queremos também orientar a sociedade, nas questões de igualdade de oportunidade, saúde, sem falar que a categoria bancária é a que mais sofre e acaba se afastando do trabalho por questões psicológicas, por conta de pressões e assédios. Outro fator importante que nós, sindicato, lutamos e que é preciso esclarecer para a sociedade, é a questão da terceirização. Os usuários e clientes bancários estão sendo direcionado para vários métodos de atendimento como, caixa eletrônico e correspondente bancário, por exemplo. Com isso acaba o atendimento humano, e perde-se praticamente o sigilo, sem falar na segurança também.

Rádio Difusora – O Sicredi que também detêm todas as características de banco entra de greve também?

Edvaldo Barros – Não. No caso do Sicredi, por uma questão judicial, ele pertence a uma outra categoria, a do Comércio. Pela justiça ele é considerado não banco. Lembrando que é só aquiem Campo Grande. Em Dourados, por exemplo, eles são representados pelo Sindicato dos Bancários de Dourados.

Rádio Difusora – Há alguma implicação, por exemplo, para o cliente que faz uso do Sicredi?

Edvaldo Barros – Não há nenhuma implicação, até porque, as garantias para os clientes são as mesmas. Aliás, o sistema financeiro brasileiro é bem sólido. Tivemos nos anos 90 as incorporações, então, nessa parte de garantias os bancos estão tranqüilos para trabalhar.

Rádio Difusora – A profissão de bancários hoje está acabando?

Edvaldo Barros – Realmente hoje nós passamos por um momento difícil. Nós tivemos nos anos 90 com o advento da informatização, a nossa categoria de uma enxugada, pós esse período ela voltou a crescer, e agora novamente vivemos um momento difícil por conta das novas tecnologias. O movimento sindical tem lutado inclusive para representar essas outras categorias que não estão inclusas no sistema financeiro, mais especificamente, os correspondentes bancários, a fim de melhorar as condições de trabalho e salariais. Hoje em dia no Brasil, só se fala em crise, portanto, no setor financeiro, se existe essa palavra “crise”, é para os trabalhadores que reivindicam melhores salários e condições de trabalho. Haja vista, os lucros que obtiveram até agora, em relação ao mesmo período de 2014. Então, os governos precisam parar de proteger o sistema, e fazer com que se responsabilize mais com a sociedade de modo em geral.

Rádio Difusora – Dia 1º agora o Sindicato realizará uma assembleia para aprovar ou não indicativo de greve?

Edvaldo Barros – Correto. Nós temos o Comando Nacional que é formado pelos sindicatos de capitais e mais as federações, e ficou definido que no dia 1º agora faremos as realizações de assembleias em todo o Brasil, e o indicativo é de greve, claro, que passará primeiro pela avaliação da categoria. Iremos apresentar essa proposta feita pelos banqueiros, fatalmente ela irá ser reprovada, consequentemente a partir do dia 6, estaremos em greve.

Rádio Difusora – Se deflagrada a greve é por tempo indeterminado?

Edvaldo Barros – Sim, é por tempo indeterminado. Nesse período, o Comando Nacional dos bancários estará aberto às novas negociações. Caso eles se sensibilize e nos chame com uma nova proposta, levaremos até a categoria para avaliação.

Rádio Difusora – Ninguém gosta de greve, porém, todos nós sabemos e temos consciência que a greve é o último recurso do trabalhador contra esses patrões desalmados. Portanto, torcemos para que não se deflagre a greve, mas, caso aconteça, deixamos a Rádio Difusora sempre de portas abertas a vocês.

Edvaldo Barros – Torcemos para que os banqueiros coloquem a mão na consciência, se é que tem. Realmente a greve é o último recurso, pois, desde 11 de agosto, já tivemos cinco rodadas de negociações e sem avanços. Infelizmente não gostaríamos de fazer as paralisações, portanto, é o ultimo recurso e a única força do trabalhador. Pedimos compreensão da sociedade nessa luta para que todos nós de modo em geral saiam contemplados, até porque, nossas reivindicações, refletem também no bem estar da sociedade em questão de pressionar os banqueiros por melhores condições para a categoria. Nós dos Sindicatos dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, agradecemos muito pelo espaço concedido pela Rádio Difusora Pantanal, para esclarecermos a população o que realmente aflige nossa categoria. Obrigado!

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros