19 de Agosto de 2022 às 14:06
Dia de Luta
Na manhã desta sexta-feira (19), bancários e bancárias realizaram uma mobilização nacional contra a demora dos bancos em apresentar propostas para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Em Campo Grande, ato foi em frente à agência do BB que fica na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 13 de Maio, na região central.
Há dois meses o Comando Nacional dos Bancários iniciou as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas até o momento os banqueiros não atenderam as reivindicações da categoria.
“Já estamos negociando há dois meses com a Fenaban e até agora não foi apresentada nenhuma proposta sobre o índice de reajuste. Estamos realizando esse ato público, conversando com a sociedade e com os bancários, para que eles entrem na campanha. Precisamos que a Fenaban apresente uma proposta para que possamos fechar essa negociação antes do final do mês”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região (SEEBCG-MS), Neide Rodrigues, que faz parte do Comando Nacional.
Na ocasião, os dirigentes sindicais dialogaram sobre a possibilidade de greve, caso os banqueiros não apresentem propostas para o Comando. “Caso seja necessário, vamos aderir uma greve e, para isso, nós precisamos estar amparados pela legalidade dos processos de paralisação”, afirma Neide.
Durante a mobilização, os dirigentes sindicais entregaram um panfleto, com uma análise sobre as demissões no setor bancário e fechamento de agências bancárias, enquanto um artista pichava, em uma lona, palavras de ordem contra o descaso dos bancos com os trabalhadores e clientes. Mais tarde, atores encenaram uma peça teatral sobre o andamento da campanha salarial e a falta de proposta por parte da Fenaban.
Os bancários cobram aumento salarial com ganho real, aumento maior para os vales refeição e alimentação e a garantia de todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho. A categoria também exige mais contratações, melhorias nas condições de trabalho, fim do assédio moral e sexual, segurança, igualdade de oportunidades e a regulamentação do teletrabalho.
Com resultados positivos, o setor financeiro tem condições de atender à pauta de reivindicações da categoria, entregue em junho. Juntos, os cinco maiores bancos do país (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander), ultrapassaram R$ 132 bilhões de reais de lucro somente em 2021.
Além dos atos nas ruas, foram realizados atos nas redes sociais com a hashtag #TáEsperandoOQuê?
“Nós queremos posições completas e concretas sobre o nosso vale alimentação, vale refeição, sobre os acordos específicos de cada banco e a nossa CCT. Precisamos de uma resposta rápida dos bancos, já estamos há dois meses negociando. Tá esperando o que Fenaban?”, destaca o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato e bancário do BB, Orlando de Almeida Filho.
Enquanto os bancários estão sem resposta da Fenaban, a população enfrenta longas filas para conseguir atendimento nos bancos por causa das demissões e fechamentos de agências. Desde 2013, 77 mil bancários foram demitidos. Entre março de 2021 e março de 2022, 1.007 agências foram fechadas.
Para piorar a situação, os bancos ainda querem diminuir a segurança nas agências, retirando os vigilantes e as portas giratórias, e, assim, deixando a vida dos clientes e trabalhadores em risco.
“Não se trata apenas de um protesto sobre a nossa negociação salarial, é um ato que exige que as instituições financeiras respeitem também a população. Os bancos prestam um serviço essencial, nossas reivindicações têm o objetivo de melhorar a vida dos trabalhadores e garantir um atendimento digno à população”, ressalta a presidente do sindicato.
Até o momento, foram realizadas 11 rodadas de negociação com os bancos. Uma nova reunião acontece nesta sexta-feira (19). A categoria precisa assinar uma nova CCT até o dia 31 de agosto, data em que o atual acordo perde a validade.
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Link: https://seebcgms.org.br/campanha-nacional-2022/bancarios-protestam-em-campo-grande-contra-demora-dos-bancos-em-apresentar-proposta-salarial/