9 de Junho de 2022 às 07:47

Bancári@s debatem o papel dos bancos públicos para a reconstrução do país

Campanha Nacional

 

Foi realizada nesta quarta-feira 8, em São Paulo, de forma híbrida, a abertura solene conjunta do 38º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa); 33º CNFBB (Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) e dos encontros do BNB, Basa e BNDES. 

“Este evento é fundamental para o debate sobre a importância dos bancos públicos, para a reconstrução do Brasil que a gente quer. Um país com emprego, saúde, educação, soberania, equidade e democracia”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Participaram da solenidade, de forma presencial, os representantes do SEEBCG-MS: Neide Rodrigues, Cleber Rodrigues, Laerte Jeronymo e Marileda Ourives.

Caixa

O coordenador da CEE/Caixa (Comissão Executiva de Empregados da Caixa), Clotário Cardoso, lembrou do papel dos bancários dos bancos públicos durante a pandemia. 

“Na Caixa, muitos trabalhadores se colocaram à disposição do povo e acabaram em uma situação de risco à vida. Gostaria de homenagear os companheiros e companheiras que faleceram durante a pandemia por uma estupidez dos bancos, de um governo fascista. Nós temos o compromisso com os bancários na Campanha Nacional e, sobretudo, com o país, elegendo um presidente que tenha compromisso com o povo, com a ciência, com a verdade. Espero que no dia 2 de outubro teremos um Brasil muito melhor”, enfatizou Cardoso. 

Já o presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), Sérgio Takemoto, citou números recentes da fome no Brasil e os desafios que os trabalhadores têm pela frente em 2022. 

“Não dá para aceitarmos naturalmente um país onde 33 milhões de pessoas não tenham o que comer. É por isso que esse é o ano das nossas vidas. Que temos o maior desafio das nossas vidas, de fazer esse país retomar o caminho da democracia. Já passamos por uma experiência sobre o Brasil que a gente quer. Temos um grande desafio que é essa Campanha Salarial, mas principalmente, como foi dito aqui, temos um desafio em outubro, que é resgatar a democracia e eleger um presidente comprometido com as nossas pautas”, disse Takemoto. 

Banco do Brasil

Por sua vez, o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), João Fukunaga, reforçou que as eleições são decisivas para a própria existência de bancos públicos. 

“Com certeza qualquer projeto liberal, que seja representado pelo atual presidente ou qualquer outro dessa linha, significa o fim dos bancos públicos. Só um governo progressista irá defender os bancos públicos, como defendeu ao longo dos últimos anos. Utilizando os bancos públicos como fomentadores da economia, para evitar crises econômicas. Também queremos fazer um debate sobre a importância do Banco do Brasil para a agricultura familiar. A alta do preço dos alimentos tem nome e responsabilidade. É a falta da atuação dos bancos públicos e o fim das políticas públicas governamentais”

Arthur Koblitz, representando os bancários do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), lembrou da intensa perseguição ao BNDES e seus empregados.

“Temos vivido alguns momentos dramáticos em defesa dos empregados do banco, da instituição do BNDES, que foi alvo preferencial de ataque dos governos Temer e Bolsonaro.  Desejamos que o Congresso nos fortaleça para enfrentarmos os desafios do nosso país, que é muito desigual. Em algum momento imaginamos que o Brasil se tornaria um país com a democracia política menos desigual, mas, infelizmente, está quase tão desigual como no início da década de 1980”, afirmou.

Banco do Nordeste (BNB)

O coordenador do Comitê em Defesa do Banco do Nordeste, Robson Araújo, lembrou a década de valorização do Banco do Nordeste.

“Tivemos mais de uma década de avanços como o Fies, ProUni, interiorização de universidades e institutos federais, SAMU, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Ciência Sem Fronteiras, transposição do Rio Francisco. Naquele momento tivemos a recuperação e fortalecimento das empresas estatais, desmanteladas por governos anteriores. O Banco do Nordeste dobrou o número de funcionários e agências, e teve o volume de recursos aplicados no Nordeste multiplicado em mais de 160 vezes em relação ao ano de 2002”, destacou. 

Banco da Amazônia (Basa)

O coordenador da Comissão de Negociação dos Empregados do Banco da Amazônia (Basa), Sérgio Trindade, destacou a importância da instituição para a região amazônica e defendeu o papel dos bancos públicos para o desenvolvimento.

“O Banco da Amazônia representa muito para uma região continental, complexa, de importância nacional e mundial. O Basa tem o papel de chegar aos lugares mais longínquos e carentes da presença do Estado. Tem esse papel, de fomentar o desenvolvimento regional, trabalhar para a redução das desigualdades (…) O Banco da Amazônia é muito importante e necessário. Ao contrário do que dizem Bolsonaro e Paulo Guedes, que defendem as privatizações, os bancos públicos são essenciais e necessários para o desenvolvimento do país”, disse. 

Também contribuíram no debate representantes de centrais sindicais como o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Augusto Sérgio Vasconcelos; Rita Lima, coordenadora geral do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo e representante da Intersindical; o presidente da CUT, Sérgio Nobre; o bancário e ex-governador do Piauí, Wellington Dias; Elisa de Figueiredo Ferreira, dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Campinas e representante da corrente política Unidade; e a especialista em Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo pela UFRJ, trabalhadora do Sistema Eletrobrás e dirigente do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal, Fabiola Latino Antezana

Desarmar a bomba atômica social 

A solenidade foi encerrada com a participação do economista Eduardo Moreira, que durante a sua fala traçou um panorama sobre a situação dramática pela qual passa o país. “As estatísticas são o retrato de um inferno. Esse número da fome, de 33 milhões de pessoas passando fome. Há dois anos eram 19 milhões.” 

“Estamos entrando em uma nova economia que funciona prometendo que as pessoas serão empreendedoras, empresárias, que vão poder competir com todo mundo, com as grandes empresas, sem intermediários, em plataformas. É a economia do Mercado Livre, da Amazon (…) Nessa nova economia existem três principais custos: financiamento; energia; e envio de mercadoria. Não é à toa que querem privatizar Caixa, BB, Eletrobras, Petrobras e Correios. É tudo um plano muito bem montado. Para o cara que é pequeno, ele vai ter que comprar de monopólio privado, e vai ter esses três custos muito mais caros que os grandes. Não vai conseguir competir e vai ter que trabalhar para os grandes. Em qualquer condição, porque derrubaram as leis trabalhistas. E vai ter que trabalhar para sempre, uma vez que não tem mais previdência. Isso é uma bomba atômica social que foi feita no Brasil. E a única maneira para que ela não exploda é tirarmos o atual governo do poder em outubro”, concluiu Eduardo Moreira. 

Campanha dos Bancários 2022

O 38º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa) e o 33º CNFBB (33º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) continuam nesta quinta (9) e sexta (10). Nesta quinta, 9, também serão realizados os encontros nacionais dos bancos privados (Bradesco, Itaú e Santander).

Já entre os dias 10 e 12 de junho, será realizada a 24ª Conferência Nacional dos Bancários.

Representando os bancários da base do SEEBCG-MS, participam dos eventos os delegados e dirigentes sindicais: 

  • Encontro Nacional dos Funcionários do Bradesco: a delegada nata e presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, participa presencialmente.
  • Encontro Nacional dos Funcionários do Santander: Cleber Rodrigues participa presencialmente.
  • 33° Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil: Orlando de Almeida Filho e Luciana Rodrigues participam de forma online. 
  • 38º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef): Laerte Jeronymo e Marileda Ourives, participam de forma presencial, e Everton José Gaeta Espindola, Jadir Fragas e Miriam Rodrigues Ferreira Barros, de forma online.
  • 24ª Conferência Nacional d@s Trabalhador@s do Ramo Financeiro: Neide Rodrigues, Patrícia Bilac e José dos Santos Brito, de forma presencial; e Luciana Rodrigues, Everton Espindola, Orlando de Almeida Filho e Marluce Freire, de forma online.

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Se você não acompanhou o evento, assista:

Com informações do SP Bancários e Contraf-CUT

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