5 de Agosto de 2022 às 10:50
Saúde
O Saúde Caixa, uma das maiores conquistas dos empregados, foi o tema da quinta rodada de negociação específica entre a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE) e o banco, nesta quinta-feira (4). A representação dos trabalhadores criticou a centralização do plano e cobrou o retorno das estruturas de Gestão de Pessoas (Gipes) nos estados.
“Nossa reivindicação é pela descentralização no atendimento do Saúde Caixa, o retorno da Gipes e dos comitês de credenciamento e descredenciamento”, destacou Cardoso, coordenador da Comissão. “Os problemas do Saúde Caixa são sistêmicos, que se repetem em todas as regiões do país, inclusive nos grandes centros. Apesar de toda a boa vontade de fazer dar certo, vocês precisam reconhecer que a centralização não funcionou”, afirmou, em mesa.
A Caixa fez o registro como manifestação da mesa, mas informou que, na opinião da empresa, a centralização é entendida como o melhor caminho até o momento.
A Caixa apresentou uma pesquisa de satisfação dos usuários, que é realizada trimestralmente pelo banco. Segundo o levantamento, “de maneira geral”, 54,5% dos usuários têm experiência “quase sempre satisfatória” com o Saúde Caixa.
A pesquisa foi realizada por e-mail, com pessoas que possuem registro de utilização do Saúde Caixa e e-mail cadastrado no plano. Dos 11.331 titulares convidados para participar do levantamento, 1.809 responderam. O Saúde Caixa tem 288 mil beneficiários.
O resultado da pesquisa não reflete a percepção da representação dos empregados a partir da escuta aos usuários do plano. E relataram as diversas queixas dos empregados.
Edson Heemann, representante da Fetrafi/SC na CEE, criticou o atendimento e a escassez de profissionais credenciados nas regiões do interior do país. E apontou falhas na metodologia utilizada na pesquisa. “Um público importante foi eliminado na pesquisa por ter dificuldade com a tecnologia, que são os idosos. E são eles quem têm mais dificuldade de atendimento do plano, de conseguir uma autorização, de localizar a rede credenciada”, disse.
Para Edgard Lima, representante da Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa (Fenacef) na Comissão, a Caixa tem dificuldade de se comunicar com os aposentados. E colocou a capilaridade da Federação à disposição do banco. Ele também criticou o atendimento. “Está impessoal demais, perde a comunicação que é tão importante, especialmente para os aposentados. Eles precisam de um acesso mais direto, e a Gipes era um facilitador desse processo. São 51 mil famílias de aposentados no Saúde Caixa”, informou.
Tatiana Oliveira solicitou que a pesquisa seja realizada por região para ter um retrato mais fiel da opinião dos usuários no interior do país. Vivian Sá fez coro ao pedido de Tatiana. “Para entender o que realmente o que acontece com o Saúde Caixa a pesquisa precisa ser regionalizada. Nos grandes centros as pessoas podem dar boa nota ao plano, mas no interior, onde não há credenciamento, pode dar nota zero”, observou.
Cardoso apresentou uma queixa constante dos usuários, que é o alto valor de desconto de coparticipação sem especificações. “Temos relatos de cobranças de mais de 100 mil reais, sem descriminação dos procedimentos realizados. Esses questionamentos são comuns e a gente não consegue explicar para os empregados de onde vem”.
Rogério Campanate reforçou a crítica de Cardoso. “A gente recebe casos de despesas que apareceram 5 meses depois. Dá uma sensação muito ruim de descontrole da gestão do plano. Qual o motivo dessas despesas aparecerem tanto tempo depois?”, questionou.
A Caixa informou que as cobranças são de empregados que deixaram de contribuir por diferentes motivos e agora, com a centralização, foi preciso fazer uma revisão dos valores devidos. Também justificou a dificuldade de contato com usuários. No caso da coparticipação, o banco informou que os descontos são discriminados para conhecimento dos empregados.
A reunião foi extensa e o debate sobre a Funcef ficou agendado para a próxima reunião, que acontece na próxima quarta-feira, 10 de agosto.
Fonte: Fenae
Link: https://seebcgms.org.br/campanha-nacional-2022/cee-cobra-descentralizacao-no-atendimento-do-saude-caixa/