Campanha Nacional 2024

Em todo o Brasil, o movimento sindical bancário se uniu nesta quarta-feira, dia 24, para o "Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde". O objetivo da mobilização é pressionar os bancos contra a imposição de metas abusivas e um modelo de gestão que vem colocando em risco a saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

Na capital sul-mato-grossense, a manifestação teve como palco a agência do Banco do Brasil localizada na esquina da Afonso Pena com a 13 de Maio, onde os diretores do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região dialogaram com a categoria e os clientes. A ação é parte da Campanha Nacional dos Bancários 2024, que terá uma rodada de negociação sobre saúde e condições de trabalho na quinta-feira (25).

A pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB), e divulgada em 2024, revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico com utilização de medicações prescritas.  

O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. “Mais uma vez, estamos mobilizados exigindo dos bancos melhorias nas condições de trabalho. Com o fechamento de agências e demissões em massa, a sobrecarga recai sobre os funcionários restantes que precisam atender a demanda presencial cada vez maior. O objetivo da luta é por um trabalho decente, um trabalho que é onde o funcionário trabalha durante o dia e volta para sua casa satisfeito. E isso não acontece hoje. Então, por isso, nós estamos lutando para que isso seja melhorado”, destacou o secretário de Finanças do sindicato, José dos Santos Brito. 

Nos últimos cinco anos, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%. Apesar de representar cerca de 1% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária representa 25% dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais no país. Em 2012, esse percentual era de 12%.

"Esses números são um sinal de alerta. O setor financeiro precisa repensar seu modelo de gestão. Não é necessário abrir mão dos lucros e resultados, mas existem formas mais humanas de alcançá-los. A desumanização em busca de produtividade e maiores resultados transforma o empregado em uma máquina de produção, um vendedor de produtos e serviços, em vez de um bancário. O atendimento ao cliente deixa de focar na resolução de problemas para se concentrar em atingir metas. Assim, a pressão por resultados está afetando a relação interpessoal," completou o secretário de Saúde do SEEBCG-MS, Everton Espindola.

As denúncias de adoecimento entre bancários ecoam há anos e até foram tema do documentário “Além do Limite: quando a meta é sobreviver”, produzido pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, que conta o drama dos bancários e os efeitos do assédio na saúde dos trabalhadores. Assista em:  https://youtu.be/VJxR_0KbKds?si=yYFZyW5lHMTw3znn

Alerta

O dirigente sindical José dos Santos Brito chama a atenção dos bancários para a importância de se resguardar em caso de problemas de saúde relacionados ao trabalho. Ele adverte que o banco pode tentar omitir informações ou dificultar a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), um documento crucial para garantir seus direitos.

"O banco não fornece as informações corretas quando o funcionário adoece, nem sequer emite a CAT. Caso o bancário adoeça no banco, a primeira coisa a fazer é procurar o banco para emitir a CAT. Se o banco não emitir, vá ao sindicato; o próprio advogado pode emitir a CAT”, informou Brito.

O sindicato ainda orienta os trabalhadores a denunciarem qualquer situação de assédio moral, através do canal disponibilizado no site da entidade. O sigilo é garantido!

Para fazer a denúncia no site, basta clicar aqui.

Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação