24 de Junho de 2024 às 14:07

Bancários entram em negociação com bancos para garantir emprego

Campanha Nacional

Na próxima quarta-feira, dia 26 de junho, o Comando Nacional dos Bancários, que o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região faz parte, inicia as negociações com a Fenaban para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. A pauta desta primeira mesa de negociação será o Emprego. 

Na minuta entregue aos bancos, há 34 artigos específicos sobre o tema Emprego, como: 

  • Garantia do emprego e contra dispensa imotivada; 
  • Manutenção da gratificação/comissão; 
  • Fim da terceirização;
  • Estabilidade; 
  • Programa de aprendizagem; 
  • Mudanças tecnológicas;
  • Agências bancárias digitais e correspondente bancário;
  • Trabalho a distância;
  • Jornada de Trabalho de 4 dias na semana;
  • Redução de jornada para acompanhamento educacional;
  • Qualificação e requalificação profissional; 
  • Igualdade de oportunidade;
  • Contratação, inclusão e capacitação de pessoas com deficiências, entre outros. 

“Os bancos continuam lucrando cada vez mais, no entanto, têm fechado agências e demitido trabalhadores. Os bancários estão com medo de serem os próximos a perderem seus empregos. E uma das principais preocupações do movimento sindical é a defesa do emprego. Por isso, precisamos usar a tecnologia a nosso favor e não somente para o sistema financeiro. Precisamos fazer com que as novas tecnologias tragam qualidade de vida para os bancários, como a redução de jornada e o fim da sobrecarga de trabalho. Por isso, o tema desta mesa de negociação é tão importante, porque impacta o trabalho e o emprego da categoria”, disse Rubens Jorge Alencar, presidente em exercício do SEEBCG-MS e membro do Comando Nacional dos Bancários.

O presidente ressalta que os bancários precisam acompanhar cada etapa da negociação. “A negociação é fatiada e não apenas uma discussão por índice de reajuste, isso quer dizer que há diversos temas de interesse da categoria, que são tratados individualmente em cada reunião. A soma dessas negociações é que define a nossa CCT. E por isso, precisamos da categoria unida ao sindicato e atenta a cada passo”, disse.

Fechamento de agências e de postos de trabalho

Os artigos 39 e 40 da minuta de reivindicação da categoria bancária quer que as empresas garantam o emprego dos trabalhadores, sendo vedada a dispensa imotivada, a demissão em massa, bem como a rotatividade. 

A minuta prevê um processo administrativo rigoroso para qualquer dispensa, além de estabilidade provisória no emprego, como gestantes, alistados, vítimas de acidente ou doença, trabalhadores em pré-aposentadoria, entre outros.

Nos últimos cinco anos, segundo o Dieese, os bancos fecharam 3,2 mil agências em todo o país, sendo 88% delas de estabelecimentos privados, e houve uma redução de 20,7 mil postos de trabalho bancário. No entanto, somente em 2023, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 145 bilhões - um crescimento de 5%, em comparação ao ano imediatamente anterior.

Terceirização

O artigo 43 da minuta ainda impõe que as empresas suspendam a implantação de quaisquer projetos de terceirização e que, se comprometam, no prazo não superior a 180 dias, a reverter as áreas terceirizadas, garantindo a manutenção das áreas e o enquadramento dos trabalhadores à categoria bancária.

Mudanças tecnológicas

E para avaliar o impacto da tecnologia no emprego bancário, o artigo 47 da minuta prevê a criação, no prazo de até 45 dias da assinatura da CCT, de uma comissão bipartite para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas e organizacionais, reestruturações administrativas, introduções de novos equipamentos, acesso remoto e outras situações similares.

E por conta dessa transformação digital, os serviços em agências bancárias digitais serão desempenhados exclusivamente por bancários,  com igualdade de recebimento de todas as verbas salariais e remuneração, visando garantir a qualidade de atendimento e proteção do sigilo bancário, de acordo com artigo 48. As empresas deverão disponibilizar gratuitamente os equipamentos de trabalho necessários.

Os bancos poderão remanejar o empregado de agência física em digital, desde que a agência digital seja mais próxima da residência do bancário, dependendo do consentimento deste, sendo vedada a redução de remuneração e alteração para aumento de jornada. 

Jornada de trabalho

De acordo com a proposta do artigo 54 da minuta, a jornada de trabalho dos bancários será reduzida para cinco horas diárias, cumprida em apenas quatro dias por semana, no total de 20 horas semanais, e que poderá ser exercida entre segunda e sexta-feira.

Reivindicações da campanha 2024

O Comando Nacional dos Bancários, que representa as trabalhadoras e os trabalhadores da categoria, entregou no dia 18 de junho a minuta de reivindicações à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O documento servirá de base à Campanha Nacional de 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.

Os nove eixos da minuta de reivindicações, aprovados pela categoria, são:

  • Aumento real de 5% (inflação + 5%), PLR maior e ampliação de direitos;
  • Fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas;
  • Representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro;
  • Defesa dos empregos, considerando os avanços tecnológicos no trabalho bancário;
  • Redução da taxa de juros para induzir o crescimento econômico e geração de emprego e renda;
  • Reforma tributária: tributar os super ricos e ampliar a isenção do IR na PLR;
  • Fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva;
  • Ampliação da sindicalização;
  • Fortalecimento do debate sobre a importância das eleições de 2024 para a classe trabalhadora na defesa de seus direitos e da democracia: eleger candidatos e candidatas que tenham compromisso com as pautas dos trabalhadores.

As negociações serão nos seguintes dias: 26 de junho; 2, 11, 19 e 25 de julho; 6, 13, 20 e 27 de agosto. A data-base da categoria bancária é 1º de setembro.

Clique aqui e confira a minuta de reivindicação na íntegra entregue aos bancos. 

Por: Comunicação do SEEBCG-MS


 

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