1 de Outubro de 2008 às 11:39
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Bancários da base pararam 52 agências na greve de 24 horas
Os bancários fizeram paralisação de 24 horas nesta terça-feira (30) em 22 capitais e nas bases territoriais de mais 126 sindicatos da categoria em todo o País, depois de rejeitarem, em assembléias, a proposta de reajuste de 7,5% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na semana passada. Na base do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campo Grande/MS e Região, foram totalmente paralisadas as atividades em 50 agências, e em duas o expediente foi suspenso por três horas.
O movimento foi resultado da recusa, por parte dos banqueiros, da solicitação de reajuste de 13,23% apresentada pela categoria bancária, aprovada durante a Conferência Nacional. “E não bastasse a negativa em conceder o índice que pleiteamos, a Fenaban [Federação Nacional dos Bancos] ainda propôs retirar conquistas históricas da categoria”, sublinhou a presidente em exercício do Sindicato da Capital e Região, Iaci Terezinha Azamor Torres, ao avaliar que a adesão na base “foi excelente, superando as nossas expectativas e mostrando que o bancário está disposto para lutar por seus direitos”.
A proposta de reajuste dos banqueiros foi de 7,5%, além da manutenção dos critérios de distribuição da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) usados em 2007, “o que faria com que muitos bancos reduzissem os pagamentos aos bancários, pois, mesmo lucrando muito, não atingiram índices como o de aumento em 15% no lucro em relação ao ano passado”.
Hoje, o Comando Nacional dos Bancários está reunido em São Paulo/SP para fazer uma avaliação da greve de 24 horas em todo o País. “Vamos esperar, agora, que os banqueiros se manifestem e melhorem a proposta. Mas já alertamos a categoria para se preparar para uma greve por tempo indeterminado, caso as negociações endureçam”, avisou Iaci, que participa da reunião na capital paulista.
Nacional – Os bancários de Rio de Janeiro, Brasília e Salvador decidiram em assembléias realizadas na terça à noite continuar a greve por tempo indeterminado. Em Porto Alegre, a decisão de continuar a paralisação foi apenas dos empregados da Caixa Econômica Federal. Novas assembléias serão realizadas no final do dia para avaliar o movimento.
“A adesão à paralisação foi alta em todo o País, cumprindo o objetivo do Comando Nacional dos Bancários de aquecer os motores e advertir os bancos de que a categoria está pronta para uma greve por tempo indeterminado caso eles não apresentem nova proposta que atenda as reivindicações”, avalia Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e coordenador do Comando Nacional.
Para Vagner, a participação dos bancários na paralisação só não foi maior em razão da truculência dos bancos e da Polícia Militar em vários Estados. “É preciso denunciar a extrema facilidade com que eles conseguem do Judiciário instrumentos jurídicos, principalmente o interdito proibitório, para coibir o direito de greve que a Constituição Federal assegura aos trabalhadores. Existe um verdadeiro conluio entre eles”, critica o presidente da Contraf/CUT.
“Agora cabe à Fenaban nos chamar para apresentar nova proposta. Em caso contrário, vamos propor novas assembléias no dia 7 para aprovar a greve por tempo indeterminado a partir do dia 8 de outubro”, afirma Vagner Freitas.
As principais reivindicações dos bancários são:
• 5% de aumento real (a proposta da Fenaban é de apenas 0,35%).
• Valorização dos pisos salariais.
• Aumento do valor e simplificação da distribuição da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
• Vale-refeição de R$ 17,50.
• Cesta-alimentação equivalente a um salário mínimo (R$ 415,00).
• Fim das metas abusivas e do assédio moral
• Mais segurança nas agências.
• Mais contratações.
Secretaria de Imprensa e Comunicação, com Contraf/CUT