15 de Agosto de 2008 às 12:08

Bancários querem equilibrar balança entre PLR e lucro

Bancos quadruplicam bônus de diretores. Agora é nossa vez.

São Paulo/SP - Os bancos abrem o item remuneração em seu Relatório Social 2007, divulgado essa semana, com o seguinte texto: “O pagamento de salário justo é uma forma de reconhecimento ao empenho e à qualidade do trabalho dos colaboradores”.
 
A afirmação não se sustenta até a página seguinte, quando na tabela divulgada constata-se que o volume despendido com programas de participação nos resultados e bonificações aos diretores estatuários aumentou quatro vezes em um ano, chegando a R$ 155 milhões em 2007, enquanto o repasse aos trabalhadores cresceu bem menos. Segundo o mesmo relatório, 323 mil bancários de 18 bancos dividiram R$ 2,629 bi em 2007. Um ano antes, 414 mil trabalhadores ficaram com R$ 2,686 bi. Número ainda pequeno, principalmente se comparado ao aumento de 55% do lucro dos bancos, recorde no ano passado, ao atingir a cifra de R$ 47,7 bi.
 
“A cada campanha os bancários conseguem ampliar a PLR. Nos últimos anos a parte fixa foi ampliada até dois salários e o valor adicional foi criado. Neste ano, além de PLR de três salários mais fixo de R$ 3,5 mil, queremos discutir na mesa de negociação a remuneração variável, de forma a distribuí-la de forma justa e mais igualitária”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e integrante do Comando Nacional de Negociação, ao destacar que em alguns bancos essa parcela representa 20% do salário do bancário.
 
Não é de hoje que o movimento sindical busca interferir nesse processo, que se depender dos bancos é feito unilateralmente pagando milhões a poucos.
 
Na pauta - Na quarta-feira, 13, o Comando Nacional dos Bancários entregou à Federação dos Bancos (Fenaban) a pauta de reivindicações da categoria. Agora os banqueiros já sabem que além de PLR maior, os trabalhadores também querem aumento real de 5%, piso também maior e melhor distribuição da remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
 
“Queremos que o pagamento de salário justo saia do relatório social e vá para a convenção coletiva. É o que vamos buscar na mesa de negociação. A participação dos bancários é fundamental para que isso se torne realidade”, salientou Marcolino.
 

Elisangela Cordeiro, do Seeb/SP
 

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros