11 de Setembro de 2008 às 11:45
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PIB específico de serviços de intermediação financeira e seguros cresceu 12,7% no segundo trimestre
Crescimento dos bancos é duas vezes o do País no segundo trimestre
São Paulo – A economia brasileira deu um claro sinal de vitalidade com a divulgação do aumento de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2008 em relação ao ano passado. Em uma situação muito melhor – duas vezes melhor – estão os bancos, já que o PIB específico do setor subiu 12,7% no mesmo período. Os dados foram divulgados na quarta-feira, dia 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado dos bancos, definidos no levantamento como serviços de intermediação financeira e seguros, foi o melhor entre vários setores. O da construção civil, por exemplo, foi de 9,9%. O da indústria extrativista foi de 5,3%, sendo 5,1% na produção de petróleo e gás e 7,3% na mineração. A indústria de transformação cresceu 4,8%. Os bancos também se destacam na comparação com seus pares, dentro do setor de serviços. Serviços de Informação cresceram 9,7%; Comércio, 8,9%; Transporte, Armazenagem e Correio, 4,4%.
“Apesar da choradeira dos bancos, dizendo que os resultados não andam muito bons, seja qual for o dado que se coloca na mesa, a conclusão é sempre a mesma: estão voando em céu de brigadeiro”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Os números, mais uma vez, mostram que todas as reivindicações dos bancários são perfeitamente viáveis e possíveis de serem atendidas pelos banqueiros”, completa, destacando que esses dados só comprovam o tamanho da dívida que o setor financeiro acumula com a sociedade brasileira. “Os bancos não geram empregos ou dividem seus lucros na mesma proporção que engordam seus resultados. Poderiam contratar mais, pagar salários melhores, como forma de distribuir parte dessa gigantesca riqueza com os bancários e com o povo brasileiro”.
Lucros – O setor bancário foi o que o mais lucrou entre as empresas brasileiras de capital aberto (com ações na Bolsa) no primeiro semestre de 2008 no país. Setores altamente lucrativos como as áreas de petróleo, gás e mineração, foram deixados para trás pelo sistema financeiro. Os 25 bancos analisados somaram lucro líquido de R$ 16,579 bilhões, crescimento de 13,1% em relação aos R$ 14,656 bilhões de 2007. Sozinho, o número representa 23,9% dos ganhos totais de todas as empresas de capital aberto no semestre passado.
Rentabilidade – A rentabilidade dos 23 maiores bancos brasileiros que publicaram seus balanços no primeiro semestre de 2008 supera em 143% a de 81 instituições sediadas nos Estados Unidos. Enquanto por aqui a rentabilidades dessas empresas ficou em 21,7%, lá bateu nos 8,9%.
Gigantes – De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Economatica, os três maiores do País, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú, entraram pela primeira vez na lista dos 15 maiores da América. O estudo leva em conta os balanços semestrais das instituições e coloca o Banco do Brasil na 12ª posição com valor de ativos acima dos US$ 260 bilhões. O Bradesco é o 13º com US$ 253 bilhões em ativos, e o 15º da lista é o Itaú com ativos de US$ 216 bilhões.
André Rossi, do Seeb/SP, com UOL