16 de Outubro de 2008 às 12:50
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O Comando Nacional dos Bancários retoma hoje em São Paulo as negociações da campanha salarial com a Fenaban. O Comando espera que os bancos apresentem uma proposta que contemple as reivindicações dos bancários e fará nova reunião após a rodada de negociação, que começará às 10h no Hotel Maksoud Plaza (alameda Campinas, 150).
O Comando também se reuniu ontem para avaliar a greve nacional e a proposta de conciliação apresentada na terça-feria pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, que entre outras coisas possibilitou a retomada das negociações com a Fenaban.
A avaliação do Comando é que a greve nacional dos bancários continua se fortalecendo em todo o país, com mais de 5,4 mil agências paralisadas em todos os Estados. E foi isso que levou o TRT-SP a fazer a proposta de conciliação, a partir da instauração de dissídio coletivo de greve por parte do Ministério Público do Trabalho (MPT) em face do Sindicato de São Paulo, da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul e da Fenaban.
A greve está crescendo apesar da truculência dos bancos na tentativa de impedir o direito constitucional de greve. As empresas estão empregando o uso massivo de interditos proibitórios, ameaçando grevistas pelo celular, acionando a polícia militar para abrir agências e divulgando informações distorcidas nos boletins internos acerca da proposta de conciliação formulada ontem pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, desembargador Nelson Nazar.
A proposta de conciliação apresentada pelo TRT-SP é a seguinte:
* Retomada das negociações da campanha salarial entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban nesta quinta-feira, às 10h.
* Suspensão da liminar que havia sido concedida ao Ministério Público estipulando multa diária de R$ 200 mil em caso de a greve paralisar mais de 30% dos serviços das agências localizadas na base do Sindicato de São Paulo e da Feeb SP/MS.
* Reunião do Comando Nacional dos Bancários em 48 horas para avaliar a proposta de conciliação.
* Possibilidade de suspensão da greve, por decisão das assembléias, a partir da sexta-feira.
* Manutenção do estado de greve e retomada da paralisação (caso as assembléias acatem a sugestão de conciliação), se em cinco dias úteis não houver acordo entre as partes.
“É importante ressaltar que a proposta de conciliação, que só foi apresentada por causa da força da nossa greve, tem como público o sindicato de São Paulo e os sindicatos paulistas da base da Feeb SP/MS. É lamentável que no século 21 conflitos trabalhistas ainda tenham a interferência e como palco de discussão a justiça do trabalho. O que houve de positivo foi a retomada das negociações com os bancos, que é um dos objetivos da nossa greve. Isso demonstra a importância da continuidade da paralisação em todo o país para que a Fenaban apresente na negociação de quinta-feira uma proposta que contemple as reivindicações da categoria”, diz Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT e coordenador do Comando Nacional.
A Fenaban divulgou nota oficial, reproduzida pelos bancos, inclusive pelo Banco do Brasil, que deturpa a proposta do TRT. “As assembléias desta quinta-feira avaliarão, de forma livre e soberana, a proposta que a Fenaban apresentar amanhã e a sugestão de conciliação do TRT-SP. Até lá, a orientação é fortalecer a greve”, acrescenta Vagner Freitas.
Contraf/CUT