15 de Setembro de 2008 às 12:20

Negociações da campanha voltam na terça-feira

Bancários e banqueiros retomam debate sobre emprego, cláusulas sociais e cláusulas econômicas também devem entrar na pauta

São Paulo – O Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociações com a federação dos bancos (Fenaban) na terça e quarta, 16 e 17 de setembro. Na pauta além das pendências de saúde e condições de trabalho, segurança bancária, igualdade de oportunidades têm início os debates sobre emprego e cláusulas econômicas.
 
Os bancários entram na quinta rodada de negociação, nesta terça-feira, dia 16, com alguns avanços e muito trabalho pela frente. Na última reunião, do dia 9, foi construído o texto que deve servir de base para a criação da cláusula de combate ao assédio moral que fará parte da Convenção Coletiva de Trabalho. Restam divergências entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) sobre a questão do sigilo: as empresas querem manter secreto os nomes de quem pratica assédio moral, mas os bancários não concordam com isso.
 
O que está acordado é que as denúncias podem ser encaminhadas ao Sindicato ou ao banco que terá prazo de 60 dias para apuração. As respostas também serão levadas à entidade sindical, para que ela possa acompanhar e proteger o trabalhador assediado.
 
Segurança bancária – Os banqueiros, que até agora se recusavam a discutir o assunto, admitiram retomar a comissão de segurança bancária, reivindicada pelos bancários. Sobre assaltos, os banqueiros disseram que vão estudar a possibilidade de emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), para preservar os direitos previdenciários dos funcionários que presenciaram o crime. Os bancários defendem ainda que as agências só abram, após assalto, se tiverem condições adequadas de segurança. Quanto ao transporte de numerário pelo bancário, proibido por lei, deverá ser buscada solução definitiva na comissão de segurança.
 
Saúde – Os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban uma proposta para o programa de reabilitação profissional. Os bancários afastados que voltaram à ativa sem a devida reabilitação ou que estão de alta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem passar pelo programa. O objetivo é assegurar condições de reinserção do empregado ao local de trabalho.
 
Econômicas – Os bancários exigem aumento de 13,23% (inflação mais aumento real de 5%), vale alimentação e auxílio-creche de R$ 415; e vale-refeição de R$ 17,50 por dia. A PLR reivindicada é de três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto, nem limitador.
 
Para o piso, é cobrado aumento progressivo, em três anos, até atingir o valor do Dieese (R$ 2.074), sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25%, em 2009, e outros, 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.
 
Além do reajuste salarial, os bancários querem regrar a remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
 
Emprego – Os bancários querem defender os empregos, com a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe dispensas imotivadas. Reivindicam, ainda, o cumprimento da jornada de 6 horas e a contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes.
 
Mobilização – As dificuldades impostas até agora, nas rodadas de negociação, apontam que os banqueiros não terão tanto juízo assim. Por isso, além das plenárias realizadas nas regionais, para debater a campanha, no dia 25 de setembro acontece uma plenária nacional da categoria, em São Paulo. O objetivo desse encontro, que vai reunir bancários de todo o Brasil, é avaliar o andamento da campanha e decretar a greve caso até lá os banqueiros não tenham atendido as reivindicações dos trabalhadores.
 

André Rossi, do Seeb/SP
 

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