5 de Outubro de 2009 às 11:03

Bancários continuam determinados no 12º dia de greve

No 12º dia de greve os diretores sindicais continuam a mobilização em frente às portas dos bancos.

Os bancários de todo o Brasil continuam determinados em continuar a greve. Hoje, 5 de outubro, é o 12° dia de paralisação. Na semana passada a expectativa era de que a Fenaban apresentasse uma nova proposta à categoria durante as negociações com o Comando Nacional (nos dias 1º e 2 de outubro). Só assim a greve poderia acabar. Mas, para a surpresa dos trabalhadores, a Fenaban se recusa a promover melhorias para os bancários, insiste em reduzir a PLR, não quer conceder aumento real e se negam a valorizar os pisos salariais e a melhorar as condições de saúde, segurança e trabalho.

 

O presidente do Sindicato dos Bancários de Campo, Clementino Pereira, diz que a greve continuará até a Fenaban apresentar uma proposta justa aos trabalhadores. Cerca de 1.500 bancários de Campo Grande aderiram à greve, correspondendo a 70% da categoria. No 12º dia de greve a expectativa é que cerca de 60 agências estejam de portas fechadas.

 

A greve teve início no dia 24 de setembro, depois de sete rodadas de negociações. Após a paralisação, aconteceram mais duas tentivas de negociação. Mesmo assim nada mudou. A proposta patronal continua a mesma. “Neste ano temos a impressão de que a Fenaban está “perdida”, parece que não sabe o limite que possui e que não tem a liberdade para negociar, afinal voltará a se reunir com os banqueiros para então realizar uma nova proposta aos bancários. Nos anos anteriores foi diferente, havia negociação direta entre Comando e Fenaban. A impressão que temos é de que a única estratégia da Fenaban é reduzir os benefícios da categoria. Como não aceitamos esta proposta absurda, eles ficaram sem reação”, analisa o presidente.

 

Os bancários vão continuar a greve por:

- Reajuste de 10% do salário. Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses, enquanto outras categorias de trabalhadores de setores econômicos menos lucrativos estão conquistando aumento real de salário.

- PLR maior. Os bancos querem reduzir PLR para aumentar lucros. Os bancários querem uma PLR simplificada, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a 4% do lucro líquido mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquidomais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar o total da PLR distrubuida aos bancários a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500.

- Valorização dos pisos salariais. A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste para todas as faixas salariais.

- Preservação dos empregos e mais contratações. Seis dos maiores bancos do país estão passando por processos de fusão. Os bancários querem garantias de que não perderão postos de trabalho e exigem mais contratações para dar conta da crescente demanda. Os bancos se recusam a discutir o emprego e aplicar a Convenção 158 da OIT, que inibe demissões imotivadas.

- Mais saúde e melhores condições de trabalho. A enorme pressão por metas e o assédio moral são os piores problemas que a categoria enfrenta hoje, provocando sérios impactos na saúde física e psíquica. A Fenaban não fez proposta para combater essa situação e melhorar as condições de saúde e trabalho.

- Auxílio-creche/babá. A categoria quer R$ 465 (um salário mínimo) para filhos até 83 meses (idade prevista no acordo em vigor). Os bancos oferecem R$ 205 e querem reduzir a idade para 71 meses.

- Auxílio-refeição. Os bancários reivindicam R$ 19,25 ao dia e as empresas propõem R$ 16,63.

- Cesta-alimentação. Os trabalhadores querem R$ 465, inclusive para a 13ª cesta-alimentação. Os bancos oferecem R$ 285,21 tanto para a cesta mensal quanto para a 13ª.

- Segurança. Os bancários querem instalações seguras e medidas como a proibição ao transporte de numerário, malotes e guarda das chaves. Também reivindicam adicional de risco de vida de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos. A categoria defende proteção da vida dos trabalhadores e clientes.

- Previdência complementar para todos. Os bancários reivindicam planos de previdência complementar para todos os trabalhadores, com patrocínico dos bancos e participação na gestão dos fundos de pensão.
 
 
 
Fonte: Adriana Miceli  -Seeb CG-MS/ com informações da Contraf/Cut

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