7 de Outubro de 2009 às 10:38

Pressão da greve arranca negociação com a Fenaban nesta quarta, às 18h

A pressão da greve nacional dos bancários, que completa nesta quarta-feira 14 dias, arrancou uma nova negociação entre o Comando Nacional dos bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para hoje, às 18h, em São Paulo.


A greve nacional iniciou no dia 24 de setembro, após a rejeição da proposta rebaixada de reajuste de 4,5%, o que só repõe a inflação do período, e redução da PLR em relação ao ano passado. Na retomada das negociações, na última quinta e sexta-feira, dias 1 e 2 de outubro, os negociadores da Fenaban não apresentaram nova proposta para a categoria.


"Esperamos uma proposta decente dos bancos que atenda as expectativas dos bancários em greve nos 26 Estados e no Distrito Federal. Com lucros de 19,3 bilhões de reais no primeiro trimestre, os bancos têm condições de atender as reivindicações da categoria, como aumento real e PLR maior, valorização dos pisos, garantia de emprego, mais contratações e melhores condições de saúde, segurança e trabalho, entre outros pontos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos bancários.


Os bancários estão em greve para conquistar:


- Reajuste de 10% do salário. Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses, enquanto outras categorias de trabalhadores de setores econômicos menos lucrativos estão conquistando aumento real de salário.


- PLR maior. Os bancos querem reduzir PLR para aumentar lucros. Os bancários querem uma PLR simplificada, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a R$ 10.000 e a 4% do lucro líquido (o que ocorrer primeiro) mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquido, com limite de R$ 13.862 mais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar a PLR a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500.


- Valorização dos pisos salariais. A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste para todas as faixas salariais.


- Preservação dos empregos e mais contratações. Seis dos maiores bancos do país estão passando por processos de fusão. Os bancários querem garantias de que não perderão postos de trabalho e exigem mais contratações para dar conta da crescente demanda. Os bancos se recusam a discutir o emprego e aplicar a Convenção 158 da OIT, que inibe demissões imotivadas.


- Mais saúde e melhores condições de trabalho. A enorme pressão por metas e o assédio moral são os piores problemas que a categoria enfrenta hoje, provocando sérios impactos na saúde física e psíquica. A Fenaban não fez proposta para combater essa situação e melhorar as condições de saúde e trabalho.


- Auxílio-creche/babá. A categoria quer R$ 465 (um salário mínimo) para filhos até 83 meses (idade prevista no acordo em vigor). Os bancos oferecem R$ 205 e querem reduzir a idade para 71 meses.


- Auxílio-refeição. Os bancários reivindicam R$ 19,25 ao dia e as empresas propõem R$ 16,63.


- Cesta-alimentação. Os trabalhadores querem R$ 465, inclusive para a 13ª cesta-alimentação. Os bancos oferecem R$ 285,21 tanto para a cesta mensal quanto para a 13ª.


- Segurança. Os bancários querem instalações seguras e medidas como a proibição ao transporte de numerário, malotes e guarda das chaves. Também reivindicam adicional de risco de vida de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos. A categoria defende proteção da vida dos trabalhadores e clientes.


- Previdência complementar para todos. Os bancários reivindicam planos de previdência complementar para todos os trabalhadores, com patrocínio dos bancos e participação na gestão dos fundos de pensão.

Fonte: Contraf-CUT

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