8 de Setembro de 2011 às 18:22

Bancos ignoram problemas de saúde e segurança

Mais uma decepção: bancos negam mais saúde e segurança aos bancários

Presidenta Iaci Terezinha compõe a mesa de negociação na campanha nacional unificada

Embora a campanha nacional unificada dos bancários 2011 esteja ocorrendo dentro de um excelente momento econômico do setor financeiro, com os bancos anunciando altos resultados em suas performances, todos sabiam que não seria uma campanha das mais fáceis, tornando-se um grande desafio para os dirigentes sindicais. Mas o descaso, a insensibilidade e a falta de respeito praticado pelos bancos ultrapassaram todos os limites da dignidade humana nestas negociações ao ignorar e rejeitar a maioria das propostas para saúde, segurança e melhores condições de trabalho feitas pelos bancários.
Em mais uma rodada de negociação com os representantes dos bancos nesta segunda-feira, dia 5, a questão da saúde e as condições de trabalho foram amplamente debatidas e ao final, a decepção. Mais uma vez os bancos recusaram as principais reivindicações apresentadas pelos bancários para este item das negociações. As instituições negam que as metas propostas aos funcionários sejam causadoras do adoecimento e colocam em dúvida os dados que comprovam o problema, contestando o relatório levantado pelo próprio Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Frases como “humilhação tem a ver com a postura de alguém, não da empresa", foram recebidas com indignação pelo Comando Nacional da categoria.
Os dados apresentados pelo Comando Nacional da categoria na mesa de negociação, apontam que entre janeiro e junho de 2011, cerca de 6,8 mil bancários do país foram afastados por doenças, dos quais pouco mais de 2 mil em função das Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) e 1,6 mil por transtornos mentais. Segundo pesquisa da Universidade de Brasília, entre 1996 e 2005, cerca de 181 bancários cometeram suicídios, uma média de 18 ocorrências por ano.
Participando da mesa de negociações, Iaci Azamor Torres, presidenta do SEEBCG/MS e Região, disse que a postura dos bancos foi de "absoluto desdém" em relação à saúde dos trabalhadores e às condições de trabalho. "Eles estão sendo irresponsáveis com o sofrimento dos bancários dentro dos locais de trabalho", criticou. 
SEGURANÇA BANCÁRIA: OUTRO DILEMA
Na terça-feira, 6, outra rodada de negociação, tratou da questão da segurança nos locais de trabalho.Num momento em que dispara o número de mortes em assaltos envolvendo instituições financeiras, a Fenaban mais uma vez fugiu de sua responsabilidade perante os trabalhadores e a sociedade ao recusar as medidas efetivas para combater a violência propostas pelo Comando Nacional dos Bancários.
Dados mostram que somente em 2011, ocorreram 31 assassinatos em assaltos a bancos, dos quais 20 em crimes de “saidinha de banco”. Outra pesquisa, realizada pela Contraf-CUT e CNTV - Confederação Nacional dos Vigilantes mostra que houve 838 ataques a bancos no primeiro semestre deste ano, sendo 301 assaltos e 537 arrombamentos, consumados ou não.
Para a presidenta Iaci Azamor Torres, os bancos perderam a oportunidade de dar uma resposta concreta para os bancários e para a toda a sociedade, que está assustada com a escalada de mortes, assaltos e explosões de caixas eletrônicos, tirando o corpo fora e jogando a responsabilidade para os clientes e a segurança pública. “A sociedade está cobrando medidas preventivas dos bancos e certamente apóia os bancários nessa luta", disse a dirigente sindical.
Para proporcionar maior segurança aos bancários e clientes, a categoria defende instalação de portas de segurança com detectores de metais, câmeras em todas as áreas internas e externas das agências com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas; divisórias individualizadas entre os caixas eletrônicos, biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas e isenção das tarifas de transferências de recursos (TED e DOC). Querem também rapidez na assistência às vítimas de assaltos e sequestros e a proibição da guarda das chaves de cofres e do transporte de valores por bancários. Mais uma vez, os bancos se posicionaram contra a iniciativa dos trabalhadores encaminhando as questões para a discussão na mesa temática de segurança, a ser retomada após a campanha nacional.
Sem conseguir obter grandes avanços nas negociações até agora, o comando nacional orienta a categoria a manter a mobilidade e se preparar para o enfrentamento, pois acredita que após o dia 12, segunda-feira, quando serão discutidas as cláusulas econômicas (reajuste salarial, PLR) e os demais itens que dizem respeito a questão da remuneração dos bancários, no contexto geral da negociação, somente a pressão e o inevitável confronto, poderá criar uma situação mais favorável do que as negociações, onde os bancos fecharam os olhos e taparam os ouvidos para a necessidade de olhar com mais carinho para seus trabalhadores, que na ponta do sistema financeiro do País, são os que mais trabalham e menos ganham.

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