16 de Novembro de 2022 às 14:50

Desigualdades sociais entre pessoas pretas e pardas seguem no mercado de trabalho

Dia Nacional da Consciência Negra

Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias

Mais um Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) se aproxima e as desigualdades sociais por cor ou raça seguem evidentes no mercado de trabalho. A desocupação, a subutilização e a informalidade continuam atingindo mais pretos e pardos do que os brancos. Em 2021, as taxas de desocupação foram de 11,3% para os brancos, de 16,5% para os pretos e de 16,2% para os pardos. Os dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado no dia 11 de novembro pelo IBGE.

A informalidade também atinge mais pretos e pardos do que brancos. Em 2021, a taxa de informalidade era 40,1%, mas os brancos tinham uma taxa menor, de 32,7%, e os pretos (43,4%) e pardos (47,0%), maior que a média nacional. Essa diferença acompanha toda a série do estudo.

Renda média de trabalhador branco é 75,7% maior que de pretos

A cor ainda é fator relevante na diferenciação do rendimento mensal médio dos trabalhadores no país em 2021. De acordo com o levantamento, os brancos ganham R$ 3.099 em média. Esse valor é 75,7% maior do que o registrado entre os pretos, que é de R$ 1.764. Também supera em 70,8% a renda média de R$ 1.814 dos trabalhadores pardos.

Mesmo entre pessoas com nível superior completo, persiste uma distância significativa. Nesse grupo, o rendimento médio por hora dos brancos foi cerca de 50% maior que o dos pretos e cerca de 40% superior ao dos pardos. Além disso, embora representem 53,8% dos trabalhadores do país, pretos e pardos ocuparam em 2021 apenas 29,5% dos cargos gerenciais, enquanto os brancos ocupavam 69,0% deles. Na classe de rendimento mais elevada, somente 14,6% dos ocupados nesses cargos eram pretos ou pardos, enquanto entre os brancos essa proporção era de 84,4%.

Racismo no setor bancário

Segundo o Censo da Diversidade Bancária de 2019, 68,8% da categoria bancária eram brancos, 24,3% pardos, 28,2% negros e 2,8% amarelos. No Censo de 2014, os negros tinham remuneração média de 87,3% em relação à dos brancos. 

Os dados revelam ainda que o racismo dificulta a ascensão profissional dos negros e negras, pois apenas 4,8% estão nos cargos de diretoria das instituições financeiras. 

A partir dos Relatórios Anuais dos bancos, em 2019, pode-se destacar que os bancos pouco avançaram em relação à promoção de minorias. O banco Itaú teve um percentual de negros de 1,8% no cargo de direção e 14,6% entre os gestores. Nos cargos comerciais e operacionais estão o maior número de negros: 27,4%, mas o índice total chega apenas a 22,88%. No Bradesco, são mais de 97 mil funcionários de quatro gerações distintas, dos quais apenas 26,4% são negros. Na Caixa, apenas 24,2% dos empregados são negros. No Santander, os negros representam somente 3,3% da diretoria. No Banco do Brasil, nos cargos de chefia, pretos, pardos e indígenas chegam apenas a 21,98%.

Demais indicadores da pesquisa do IBGE

  • Em 2021, considerando-se a linha de pobreza monetária proposta pelo Banco Mundial, a proporção de pessoas pobres no país era de 18,6% entre os brancos e praticamente o dobro entre os pretos (34,5%) e entre os pardos (38,4%).

  • Pretos e pardos enfrentam maior insegurança de posse da moradia: 20,8% das pessoas pardas e 19,7% das pessoas pretas residentes em domicílios próprios não tinham documentação da propriedade, enquanto a proporção entre as pessoas brancas era praticamente a metade (10,1%).

  • Segundo o Censo Agro 2017, entre os proprietários de grandes estabelecimentos agropecuários (com mais de 10 mil hectares), 79,1% eram brancos, enquanto apenas 17,4% eram pardos e 1,6% eram pretos.

  • Em 2020, houve 49,9 mil homicídios no país, ou 23,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas brancas, a taxa foi de 11,5 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas pardas, a taxa foi de 34,1 mortes por 100 mil habitantes e, entre as pessoas pretas, foi de 21,9 mortes por 100 mil habitantes.

  • Nas áreas de graduação presencial com maior número de matrículas em 2020, as maiores proporções de pretos e pardos estavam em pedagogia (11,6% de pretos e 36,2% de pardos) e enfermagem (8,5% de pretos e 35,2% de pardos). Já o curso de medicina tinha apenas 3,2% de matriculados pretos e 21,8% de pardos.

Com informações Agência IBGE e Contraf-CUT

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