4 de Agosto de 2019 às 10:49

602 delegados e delegadas se reúnem na 21ª Conferência Nacional dos Bancários

Conferência Nacional

Unidade na luta foi o lema da solenidade de abertura da 21ª Conferência Nacional dos Bancários, na noite de sexta-feira, dia 2. A conferência, que ocorre na Quadra dos Bancários, no centro de São Paulo, e reúne 602 delegados e delegadas de todo o país, debaterá, no sábado (3) e domingo (4), estratégias de mobilização da categoria.

Representando os bancários e bancárias da base do SEEBCG-MS, estão participando os diretores Neide Rodrigues, Rubens Jorge Alencar, José dos Santos Brito, Luciana Rodrigues e Leila Cristina de Oliveira.

 

Na mesa de abertura, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, reforçou a importância da união para barrar os retrocessos.

“Nós temos que lutar, e ainda bem que nós temos uns aos outros. Ainda bem que nós temos a mão um do outro para segurar e caminhar juntos. Por isso que eu acho que o nosso maior patrimônio, no caso da nossa categoria, é a nossa unidade. É a unidade nacional que a gente construiu ao longo desses anos, e que muitos militantes que nos antecederam também lutaram e construíram”, lembrou. “E esse nosso patrimônio tem que ser cada vez mais ampliado. Então eu acho super importante que as centrais sindicais dialoguem e estejam juntas construindo essa unidade na luta”, completou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o bancário Vagner Freitas, fez uma saudação ressaltando a importância do acordo de 2 anos face à conjuntura adversa que os trabalhadores enfrentam.

“Quero dizer o quanto foi acertado termos estabelecido um processo de 2 anos de convenção coletiva. Foi uma estratégia extremamente inteligente e ousada do Comando Nacional dos Bancários. O que tem acontecido com as convenções coletivas no Brasil hoje? Todas têm sido desprezadas e despedaçadas”, completou.

Ao final da abertura, Juvandia entregou aos presidentes da centrais sindicais os formulários do abaixo-assinado contra a reforma da Previdência com 60 mil assinaturas coletadas por sindicatos dos bancários de todo o Brasil. As centrais sindicais vão entregar o material recolhido por todas as categorias e centrais no Congresso Nacional, no dia 13 de agosto.

 

Debates

Depois da aprovação do regimento interno e uma intervenção artística de membros do grupo Slam, as atividades da 21ª Conferência Nacional dos Bancários do sábado (3) se iniciaram com uma mesa de Análise da Conjuntura, seguida das mesas de debate sobre a Soberania Nacional e a Reforma da Previdência. Já no domingo (4), as discussões serão sobre "Futuro do trabalho, impactos e organização sindical" e plenária final que aprovará as resoluções da Conferência.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários ressaltou a qualidade dos debates e dos debatedores. “Teremos debates importantes para balizar as resoluções de nossa conferência. É importante que façamos uma boa análise de conjuntura, com reflexão sobre a soberania nacional, a reforma da previdência e sobre os impactos que a legislação e a tecnologia podem causar no mundo do trabalho e na organização sindical para que possamos sair daqui com resoluções que nos permitam concretizar nossa luta, que é pela soberania nacional, pela democracia, pelos diretos e contra as privatizações”.

Sistema financeira prejudica soberania nacional

 

“Hoje temos um sistema planetário financeiro que fragiliza a soberania nacional”. A avaliação é do professor titular de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ladislaw Dowbor. Segundo ele, a concentração de renda e de riqueza no planeta atingiu níveis de “extorsão”.

Para o professor, a hegemonia do capital especulativo no Brasil e no mundo impede o desenvolvimento produtivo, aumentando a desigualdade social. “A evolução do PIB no mundo é algo em torno de 2% a 2,5% ao ano enquanto as aplicações financeiras renderam entre 7% e 9% ao ano. Onde os grandes grupos colocaram seu dinheiro? Colocaram em aplicações financeiras”, explica o professor. Esse sistema, segundo ele, aprofunda a desigualdade social, e gera, no caso do Brasil, concentração de renda nas mãos de apenas 5% dos habitantes.

Com um sistema financeiro, no qual o que prevalece é o rentismo, sobra pouco para investimento em desenvolvimento econômico e social, avalia o professor da PUC. “Do dinheiro que está concentrado em aplicações financeiras, apenas 10% retorna em investimentos. O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico do país”, elucidou Ladislaw Labor.

Segundo ele, a transferência de recursos para os bancos e outras organizações financeiras trava a capacidade do Estado expandir políticas sociais e de infraestruturas. Soma-se a esse cenário a evasão para paraísos fiscais como mais um elemento de ameaça a soberania. “No Brasil, dados de 2012 mostram que estão em paraísos fiscais R$ 2 trilhões, ou seja, 1/3 do PIB está lá fora, não investe no país e não paga imposto”, alertou.

Autor de vários livros, entre eles o “A Era do capital improdutivo”, Ladislau Dowbor defende que os recursos apropriados pelo sistema financeiro, que não são produtivos, têm que ser reorientados para o desenvolvimento social e econômico.

Fonte: Contraf-CUT

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