29 de Junho de 2017 às 11:33

Bancária do Santander é demitida depois de desenvolver doença causada pelo trabalho

Santander

O bancário se mata para conseguir bater as metas abusivas impostas pelo banco. Por causa disso desenvolve uma doença relacionada à atividade profissional e fica incapacitado para o trabalho. Mesmo com laudos médicos comprovando a enfermidade, o INSS não concede o benefício. O médico contratado pelo banco também o considera apto para retornar à função, mesmo sem o funcionário apresentar a menor condição.

Muitos ainda acabam demitidos depois de perder a saúde por causa do ambiente de trabalho desumano. Esse é o drama enfrentado por dezenas de funcionários do Santander e de outros bancos. O Sindicato de São Paulo está recebendo diversos casos iguais nas últimas semanas.

Débora (nome fictício) é uma delas. Ao longo dos sete anos em que trabalhou no banco desenvolveu uma série de lesões por esforço repetitivo (LER) no desempenho de sua atividade como caixa de agência. A dor era insuportável e as doenças foram comprovadas por uma série de laudos, exames e atestados que recomendaram afastamento. Mesmo assim, o perito do INSS não concordou e negou o benefício. O mesmo se deu com o médico contratado pelo banco que, para agravar a situação, não a transferiu para outra função que não exigisse esforço repetitivo.

“Simplesmente estou sem salário. Tive de pegar empréstimo consignado com o Santander para ver se consigo pagar minhas necessidades. Eles estão lucrando com a minha doença. Estou com uma dívida de mais de R$ 20 mil”.

Por causa da situação financeira, ela tentou voltar ao trabalho mesmo com atestado médico recomendando afastamento. No dia seguinte foi demitida.

“Minha saúde está se deteriorando cada vez mais. Preferem um funcionário doente fisicamente e espiritualmente do que dar uma oportunidade de sair desse círculo vicioso. O banco nunca demonstrou vontade de ajudar. Estou tremendamente decepcionada. O Santander tirou toda minha dignidade. Não desejo o que estou passando nem para o meu pior inimigo”, desabafa Débora.

“Bancários e sindicatos vão continuar lutando juntos, seja exigindo respeito e negociações sérias com o banco, ou, se necessário, nos Tribunais de Trabalho, para que a justiça seja feita. Nesse caso, queremos o cancelamento dessa demissão absurda, e que os direitos da trabalhadora sejam respeitados, inclusive o direito ao tratamento médico digno”, afirma Vera Marchioni, diretora executiva do Sindicato de São Paulo.

Fonte: SEEB/São Paulo

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